Por: Fernando Molica

CORREIO BASTIDORES | Promotor que rejeitou ação de Boulos pede pressa em processos contra psolista

Em coletiva, Tarcísio falou que PCC apoiou Boulos | Foto: Reprodução/TV Cultura

Além de considerar improcedente a ação de Guilherme Boulos (Psol) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e de dizer que o PCC tem "predileção" pelo psolista, o promotor Fabiano Augusto Petean questionou a demora em processos que têm como alvo o autor da ação - o candidato derrotado no segundo turno da eleição para a prefeitura paulistana.

"Por fim, não podemos olvidar que, inclusive, há autos que também questionam o abuso do poder político e econômico do ora peticionário, que ainda estão paralisados sem motivo no cartório eleitoral e, por isso, também postulamos que seja dado o devido andamento já que AIJEs muito mais recentes estão no seu fluxo normal, prezando sempre este Ministério Público pelo princípio da igualdade entre os candidatos e o andamento dos feitos", escreveu.

Como revelou a coluna Correio Bastidores na edição de hoje do Correio da Manhã, o promotor, em seu parecer, considera verdadeira a informação de que a organização, que ele classifica de  "autoridade criminosa" tenha recomendado o voto em Boulos - a polícia ainda não atestou que partiram do PCC os bilhetes citados por Tarcísio em entrevista no dia do segundo turno. 

No seu documento, Petean diz que o fato não influenciou o resultado das eleições, o que também impediria o prosseguimento da ação.

Mas, em voto por ele citado, o ministro Raul Araújo Filho, do Tribunal Superior Eleitoral, enumera, entre os elementos capazes de gerar condenação por abuso de poder político, condutas de "alta reprovabilidade" e que sejam "nocivas ao ambiente eleitoral". Ou seja, não há necessidade de comprovação de que determinado fato foi capaz de influenciar a eleição. 

O promotor foi o mesmo que, em 2023, apresentou denúncias contra dois jornalistas que fizeram reportagens sobre tiroteio ocorrido em Paraisópolis durante a campanha de Tarcísio em 2022.

Um dos repórteres denunciados publicara na Folha de S.Paulo que a equipe do candidato determinara que  cinegrafista apagasse vídeo do episódio.

Na denúncia, Petean afirmou que os jornalistas "divulgaram, durante o período de campanha eleitoral, fatos que sabiam inverídicos em relação a Tarcísio de Freitas". A Justiça não aceitou a denúncia, que considerou equivocada.

O mesmo promotor determinara o arquivamento de investigação contra o então candidato, suspeito de ter mentido ao afirmar que os tiros representaram um atentado contra ele.

A ação de Boulos pede a inegibilidade de Tarcísio e a cassação dos diplomas do prefeito reeleito, Ricardo Nunes (MDB) e de seu vice, Mello Araújo.