Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Hugo Motta iniciou conversas com a esquerda

Deputado virou favorito para presidir a Câmara | Foto: Câmara dos Deputados

De azarão a favorito para conquistar a presidência da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) não perdeu tempo desde que seu nome entrou na lista de candidatos. Desde a semana passada que ele tem feito contato com colegas sem discriminar posições políticas.

Na tarde de sexta, ele telefonou para Jandira Feghali (PCdoB-RJ), pediu para que ela marcasse uma conversa com a bancada do partido. A deputada concordou com a reunião, mas acha importante que o PT e o PV — que integram uma federação com o PCdoB — também participem das negociações.

Jandira evita antecipar uma posição, ressalta que Antonio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA) não retiraram suas candidaturas.

 

Ampliação

Ela diz ser importante que o futuro presidente ajude a ampliar a base do Planalto na Câmara — frisa que o Republicanos integra o ministério de Lula (PT). Ela admite uma resistência a Elmar, já que o União não costuma entregar muitos votos para o governo.

Estabilidade

Jandira reconhece que a esquerda não tem força para indicar candidato cargo, mas afirma ser importante que o escolhido garanta estabilidade para o governo. Lembra o caso de Eduardo Cunha que, ao ser contrariado, iniciou o processo de impeachment de Dilma Rousseff.

Lira enfrenta a irritação do amigo Elmar Nascimento

Elmar contava com o apoio do presidente da Câmara | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O aval à candidatura de Motta virou um problema político e pessoal para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Elmar Nascimento, que contava com a indicação, não se conforma de ter sido preterido pelo amigo e insiste em tentar o cargo.

Em sua defesa, Lira tem dito que nunca se comprometeu a dar apoio a Nascimento, que é seu amigo. Repete que, ao longo dos últimos meses, sempre disse que ficaria ao lado do candidato que conseguisse se viabilizar.

Um objetivo que foi atingido por Motta, líder do Republicanos, quando Marcos Pereira (SP), presidente do partido, não conseguiu o apoio do PSD.

Alívio

A última pesquisa do Datafolha foi recebida com alívio e esperança pela campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição. A oscilação de três pontos para cima demonstrou que sua candidatura continua viva e competitiva.

TV Nunes

Havia o temor de que Pablo Marçal (PRTB), seu rival direto na busca de votos da direita, disparasse. Políticos aliados atribuem a recuperação, principalmente entre os mais pobres, à influência de TV — avaliam que, na periferia, essa propaganda ainda é bem relevante.

Ter ou não ter

A recuperação de Nunes mesmo sem ajuda de Jair Bolsonaro gerou dúvida sobre a necessidade de participação mais efetiva do ex-presidente, que andou acenando para Marçal. O prefeito sempre temeu ser contaminado pela rejeição ao ex-ocupante do Planalto.

Tarcísio

Mas Nunes continua empenhado em ter um aval mais explícito de Bolsonaro, teme ficar fora do segundo turno. O grupo em torno de Nunes ressalta, porém, a importância do apoio que tem sido manifestado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).