Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Paralímpicos também não pagarão imposto

MP poupou Rebeca de mordida de R$ 226 mil | Foto: Alexandre Loureiro/COB

Como a medida provisória assinada pelo presidente Lula isenta também de imposto de renda prêmios a serem recebidos por medalhistas paralímpicos, o valor que deixará de ser arrecadado pela Receita deverá ser superior a R$ 4 milhões. Em 2021, na Paralimpíada de Tóquio, esses atletas conquistaram 72 medalhas (os colegas olímpicos ficaram com 21).

Caso os pódios a serem obtidos a partir do dia 28 fiquem no mesmo patamar, a premiação do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) chegaria a cerca de R$ 12 milhões. O total é mais do dobro do que deverá ser pago aos olímpicos, em torno de R$ 5 milhões. Ao ser aplicada à eventual soma de R$ 17 milhões, a alíquota efetiva de 25% resultaria em R$ 4,250 milhões de imposto.

 

Tabela

Cada atleta paralímpico receberá R$ 250 mil por medalha individual de ouro; R$ 100 mil pela de prata e R$ 50 mil pela de bronze (no caso dos olímpicos, os valores são de, respectivamente, R$ 350 mil, R$ 210 mil e R$ 140 mil). Em Tóquio, foram obtidos 22 ouros individuais.

Economia

Com a isenção, a maior medalhista brasileira, a ginasta Rebeca Andrade, economizará R$ 226.098,27 — terá direito a um prêmio de R$ 826 mil. Caso a seleção feminina de futebol conquiste o ouro, o time dividirá R$ 1.050 milhão: cada atleta ficará com R$ 47,727 mil.

Projeto só prevê isenção para os olímpicos

Projeto de Lima, ex-nadador, deverá morrer na praia | Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

O projeto de lei do deputado e ex-nadador Luiz Lima (PL-RJ) para conceder a isenção de imposto de renda aos medalhistas não contempla os atletas paralímpicos.

A proposta também prevê benefício tributário não apenas para o valor que será pago pelo Comitê Olímpico Brasileiro, mas também para premiações concedidas pelo governo federal.

Esvaziado pela MP do Planalto, o projeto de lei já contava, segundo o deputado Feliipe Carreras (PSB-PE), com o apoio de 495 colegas da Câmara.

O orçamento do COB e do CPB é formado, principalmente, por percentuais do total que a Caixa arrecada com loterias.

Alívio de Nunes

A pesquisa Datafolha sobre a eleição paulistana foi recebida com alívio entre aliados do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O principal motivo é a distância dele, com 23%, para José Luiz Datena (14%). A Genial Quaest mostrara um empate triplo no primeiro lugar.

Herdeiro

Já o Datafolha aponta que Nunes e Guilherme Boulos (com 22%) estão isolados na liderança. A equipe do prefeito avalia que, num segundo turno, ele poderá herdar votos do apresentador e do empresário bolsonarista Pablo Marçal (PRTB), hoje empatado com Datena.

Datena

O fato de Nunes ter uma rejeição bem menor que a de Boulos (24% contra 35%) também foi comemorado, isso lhe daria boas chances de vitória no segundo turno. A expectativa agora é saber se Datena continuará na briga ou, como já fez outras vezes, pedirá pra sair.

Ortega

No Planalto, a briga com o ditador nicaraguense, Daniel Ortega, foi vista com alegria. Deu a Lula a oportunidade de marcar posição contra um governo autoritário de esquerda, o que, em tese, pode amenizar as escorregadas em relação ao venezuelano Nicolás Maduro.