Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Câmara adia decisão sobre taxar compras no exterior

Relator fala em solução intermediária | Foto: Reprodução/PP

Ficou para hoje a definição sobre a proposta de cobrança de impostos federais sobre compras de até US$ 50 (R$ 560) feitas em sites do exterior por pessoas físicas. Relator do projeto em que o artigo foi inserido, o deputado Átila Lira (PP-PI) disse à coluna que ainda haverá muito diálogo até que se chegue a uma solução.

Segundo ele, ainda há a possibilidade de uma solução intermediária. Setores do PL sugeriram a manutenção da isenção mas o estabelecimento de compras por CPF, mas Lira considera inviável a Receita Federal controlar tamanha movimentação: nos sete primeiros meses de 2023, 3,3 bilhões desses itens chegaram ao Brasil. Já o PT quer retirar o artigo do projeto que prevê incentivos à produção de veículos menos poluntes.

 

Jabuti

A proposta de taxação foi um jabuti incluído a pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) — entidades empresariais brasileiras pressionam por sua aprovação. Janja, mulher do presidente Lula, faz campanha pela rejeição, alega que a medida seria muito impopular.

Lascado

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) diz que ele e seu partido são contra a taxação — mas afirma torcer para que o governo consiga aprová-la. "Tomara que passe tudo que seja ruim para o governo, assim eu posso fazer o 'L' de lascado", ironiza.

Governo ainda não sentou para negociar alternativa

Para driblar taxação, PT fala em projeto de Guedes | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Apesar da resistência no governo e na oposição, o relator afirma ter esperança de conseguir algum acordo em torno da taxação, que considera uma concorrência desleal com a indústria e o comércio brasileiros. Frisa que setores do governo chegaram a acenar com uma cobrança progressiva de impostos, mas ressalva que ainda não houve uma conversa sobre o tema.

De acordo com ele, o PT sugere até que o tema seja discutido depois, no âmbito de proposta apresentada pelo ex-ministro Paulo Guedes que previa taxação de transações virtuais. Para o deputado se ideia for escanteada agora não terá chance de voltar a ser aprovada.

Sem conversa I

Em meio à consternação causada pela tragédia no sul, o governo tenta reconstruir pontes com deputados rebeldes, irritados com falta de liberação de emendas e de cargos. Um deles, porém, avisa que não quer saber de conversa nem de liberação de benesses:

Sem conversa II

"Fiquei disposto a conversar o tempo todo, e nada. Ouvi promessas que não deram qualquer resultado. Agora, quero é tratar de eleição, de votar do jeito que achar melhor, não quero saber de qualquer compromisso, de me comprometer com o governo", resume.

Navio fantasma

O governo veicula em rádios mensagem publicitária em que diz ter enviado até um porta-aviões para ajudar o Rio Grande do Sul. Só que a Marinha não tem mais nenhum desses navios: o que seguiu para lá foi um navio-aeródromo capaz de receber helicópteros, e drones.

Vale o escrito

Se depender do Tribunal Superior Eleitoral, as eleições deste ano não serão adiadas no Rio Grande do Sul. O TSE diz que a maioria das 5 mil urnas que seriam usadas por lá estão em prateleiras altas, devem ter sido salvas da enchente. E garante ter equipamentos de reserva.