Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Tributarista prevê aumento no preço da carne

Bichara: mudança também afetará mais pobres | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O advogado tributarista Luiz Gustavo Bichara prevê que a retirada das carnes da cesta básica prevista pela proposta de regulamentação da reforma tributária vai gerar um aumento no preço desses produtos. Isso, mesmo para a população mais pobre, que integra o Cadastro Único, referência para a concessão do Bolsa Família.

Pelo projeto enviado ao Congresso pelo Ministério da Fazenda, diferentemente do que ocorrerá com alimentos como feijão, arroz e ovos, haverá incidência de impostos sobre carne. A alíquota, porém, será 60% menor que a padrão. Os mais pobres terão direito a receber de volta 20% do que pagarem pelo produto, mas, para Bichara, o cashback não evitará um aumento no preço final.

 

Governo nega

O governo nega que as mudanças vão causar o aumento; alega que, com a redução de 60%, a alíquota prevista para incidir sobre esses produtos ficará em 10,6%. Segundo o Ministério da Fazenda, o imposto cobrado pela maioria dos estados está em 13%.

Exportações

O também tributarista Bruno Toledo Checchia elogia a reforma, mas ressalta que a regulamentação trouxe, como novidade, a tributação de exportações de minério de ferro, gás e petróleo. Segundo ele, isso prejudica a competitividade dos produtos brasileiros.

Falta de comida é maior em lares chefiados por mulheres

IBGE: fome entre pretos e pardos | Foto: Agência Brasil

Dados do IBGE que apontam a diminuição — mas a permanência — da insegurança alimentar entre nós revelam as dificuldades de mulheres que eram chefes de famílias.

Em 2023, elas eram responsáveis pela manutenção de 51,7%, dos lares, mas neles a pobreza era maior. Nos domicílios em que havia insegurança alimentar, 59,4% eram chefiados por mulheres e 40,6% por homens.

As marcas da desigualdade racial também aparecem na pesquisa. Pretos eram responsáveis pela manutenção de 12% das casas; pardos, por 44,7%. Nelas, o índice de alguma restrição de comida era, respectivamente, de 15,2% e de 54,5%.

Bolsonaristas

Números da pesquisa Atlas/CNN feita no Rio mostram a força de Jair Bolsonaro numa baixa classe média com renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil. Neste segmento, Alexandre Ramagem (PL), pré-candidato apoiado pelo ex-presidente, tem 57,6% das preferências.

Outra faixa

No grupo, o prefeito Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição, foi escolhido por 20,5% dos eleitores; Tarcísio Motta (Psol), 6,1%. Na faixa de renda seguinte, renda até R$ 5 mil, Paes chega a 55,9%; Ramagem, 28,6%. O bolsonarista também lidera entre os mais de 60 anos.

Ligação

A pesquisa revela que boa parte do eleitorado carioca já identifica Ramagem, delegado da Polícia Federal, com Bolsonaro. É o que explica que ele, deputado de primeiro mandato, obter 31,2% das preferências, contra 42,6% de Paes, prefeito do Rio pela terceira vez.

Popular

A pesquisa também tem boas notícias para Motta, terceiro colocado, com 12,7%. Ele ficou em segundo lugar entre os eleitores com ensino fundamental e no grupo dos que recebem Bolsa Família. No Rio, o Psol tem como base eleitores mais instruídos e de maior renda.