Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Planos de saúde por adesão: perguntas à ANS

Queiroz questiona avaliação de informações | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Em requerimento que enviará ao Ministério da Saúde, o deputado Marcelo Queiroz (PP-RJ) fará uma série de perguntas sobre o acompanhamento, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, dos aumentos definidos pelos planos de saúde coletivos. A ANS é vinculada ao ministério. Os reajustes desses contratos chegam a ser três vezes superiores aos estipulados pela ANS para planos individuais.

No documento, que será protocolado nesta segunda-feira, Queiroz questiona se as operadoras são, pelo menos, obrigadas a apresentar cálculos que justifiquem a aplicação dos percentuais de reajuste. Pergunta também se a ANS faz algum tipo de análise de planilhas de custos eventualmente apresentadas pelas seguradoras.

 

Transferências

Queiroz também quer saber se houve transferência de patrimônio entre seguradoras e e hospitais e clínicas controlados por um mesmo grupo econômico e se essas transações influenciaram a fixação de reajustes. Em tese, essas operações poderiam servir para mascarar lucros.

Controle

No requerimento, o deputado ressalta que os planos coletivos — empresariais e por adesão — representam cerca de 83% do mercado. Isso está relacionado ao fato de os reajustes serem livres. Ele pergunta se a ANS estuda uma forma de controlar esses aumentos.

Planos lucraram R$ 2,9 bi; para agência, todos ganharam

ANS registrou aumento de mensalidades médias | Foto: Divulgacão

Ontem, a ANS divulgou que, em 2023, as operadoras de planos de saúde tiveram um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões no ano passado, bem maior que o registrado em 2022, de R$ 606 milhões.

A agência registrou uma "tendência de maior crescimento das mensalidades médias" em relação "à despesa assistencial por beneficiário". Diz que o fato sugere que o setor passa por uma reorganização de contratos "a fim de recuperar os resultados na operação".

No texto que apresenta os resultados, a ANS, sem citar os consumidores, mas apenas as empresas que atuam no setor, destaca que os resultados "foram positivos para todos"

Gonet no STF

Ministros do Supremo Tribunal Federal tiveram, na quarta, conversa com o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ontem à noite, em mensagem para a coluna, o PGR negou que, na reunião, tenha sido tratado o tema das relações entre o STF e o Congresso Nacional.

Agenda cheia

Fiel ao seu estilo de atuar longe dos holofotes, Gonet tenta gerar tranquilidade nas relações entre os poderes. Terá conversas com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ele também tem encontros frequentes no STF.

Instância

Há, dentro da PGR, uma discussão para saber se a ameaça de Musk de desrespeitar determinações do STF se constituiu numa bravata ou num crime — e se, neste caso, a apuração deveria ficar na corte ou ser enviada para a primeira instância do Judiciário.

Poder de Musk

No caso que envolve Elon Muks, dono do X (ex-Twitter), Gonet também tem procurado agir com moderação. Em manifestação enviada ao STF, frisou ser importante saber se Musk, como não é mais CEO do X, tem poderes para determinar a publicação de postagens.