Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Lira fala em apoio e em necessidade de negociações

Lira e Costa: conversa e negociações | Foto: Wagner Lopes/Casa Civil

Na conversa com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), procurou tranquilizar o governo, disse que não vai retaliar — mas indicou que o Planalto vai precisar negociar muito projetos de seu interesse.

Afirmou que, apesar dos ataques feitos ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ele não criaria obstáculos à aprovação de matérias que são de interesse nacional. Nesta prateleira, ele colocou a regulamentação da reforma tributária, que deverá ser votada na próxima semana.

No encontro, sexta, Lira, afirmou que projetos do governo não serão automaticamente classificados como de interesse nacional. O governo, portanto, vai ter fazer concessões para aprová-los.

 

Amigo urso

Em outras conversas, Lira ironizou a fala em que o Lula (PT) disse que "só de teimosia", Padilha ficaria no governo: referência às críticas que o ministro recebera. Para o presidente da Câmara, ao se referir assim a Padilha, o presidente demonstrou que não gosta de sua atuação.

Várias queixas

Durante o encontro, num voo da FAB, Lira voltou a criticar Padilha. Atribui ao ministro a difusão de que ele fora derrotado na votação que manteve preso o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), suspeito de ser mandante do assassinado da vereadora Marielle Franco.

Votações medirão o tamanho da ira de Lira

Congresso vai se reunir para analisar vetos de Lula | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

As intenções de Lira serão conferidas provavelmente ainda nesta semana, na votação em que o Congresso deverá derrubar dois vetos de Lula. O presidente rejeitara conceder R$ 5,6 bilhões para emendas propostas por comissões do Congresso.

Um acordo articulado com Lira previa um meio termo, o veto seria reduzido pela metade. O problema é saber se, irritado com a movimentação do governo para manter Brazão na cadeia, a proposta será mantida pelo presidente da Câmara.

O outro veto, que manteve a possibilidade de presos saírem da cadeira para visitar parentes, deverá ser derrubado com tranquilidade.

Humores

Uma prévia do humor de Lira será sentida na reunião de líderes de hoje. No encontro também vai ser possível avaliar a disposição dos partidos do Centrão depois do vai-não-vai que marcou a atuação de seus deputados na votação do caso de Chiquinho Brazão.

Sem chance

Ao assinar a ficha de filiação ao MDB, Aldo Rebelo, Secretário municipal de Relações Internacionais de São Paulo, praticamente sacramentou que não será candidato a vice do prefeito Ricardo Nunes. Os dois, afinal, sao do mesmo partido, o que complica a situação.

Recusas

Militante de esquerda durante a ditadura, Rebelo abrigou-se no PMDB até que o PCdoB foi legalizado. Passou também pelo PSB, Solidariedade e PDT — foi ministro de governos de Lula e de Dilma Rousseff. Agora, não aceitou ir para o PL ou para o Republicanos.

Favorita

Com o provável descarte de Rebelo, o nome mais provável para vice é o da vereadora Rute Costa, que trocou o PSDB pelo PL. Evangélica, integrante da Assembleia de Deus, é mais ligada ao presidente do partido, Valdemar Costa Neto, do que ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

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