A votação na Câmara que manteve preso o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) mostrou o resultado de uma confusão de interesses partidários, corporativos e particulares. Revelou também divisões que apontam para uma acirrada disputa pela presidência da Câmara — a eleição será em fevereiro.
Um veterano conhecedor da Câmara ressalta que, num caso de menor repercussão, Brazão teria recuperado a liberdade na última quarta: afinal, ao mantê-lo na cadeia, seus colegas ampliaram o conceito de prisão em flagrante delito para deputados, o que pode se virar contra eles.
Mas o alcance do assassinato da vereadora Marielle Franco serviu de freio ao interesse corporativo, o medo de aparentar cumplicidade acabou mais sendo mais forte.