Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Integrantes do PL defendem eventual exílio de Bolsonaro

Ex-presidente na Embaixada da Hungria | Foto: Reprodução

Parlamentares do PL defendem a decisão de Jair Bolsonaro de ter passado duas noites na Embaixada da Hungria e até o seu direito de, eventualmente, exilar-se no país europeu. "Como qualquer perseguido, tem esse direito, se fosse comigo eu pediria asilo", diz o senador Carlos Portinho (RJ).

Para o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), uma decisão de Bolsonaro de ir para o exterior não seria a melhor possível, mas afirma entender caso o ex-presidente venha a tomá-la. "Ele já não pode falar nada, não pode ir a uma formatura de PM", reclama.

Na avaliação de Sóstenes, a situação de Bolsonaro é compatível com a de tortura, o que justificaria sua decisão de emigrar. O ex-presidente foi para a embaixada quatro dias depois de ter o passaporte retido pela Justiça.

 

Barrados

E por falar em perseguição: Portinho não perdoa o fato de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ter ignorado a oposição nas comemorações dos 200 anos da casa. Nenhum crítico do atual governo foi chamado para falar ou ocupar lugar na mesa.

Tiro no pé

O deputado não descarta, porém, que o fato sirva de motivo para uma prisão do ex-presidente. "Se for visto como fuga, que seja preso, mas vai ser um tiro no pé", ressalta. Para ele, a ida de Bolsonaro para a cadeia só poderia ocorrer por um motivo muito grave, de corrupção.

Para Quaquá, falta 'exército' ao governo

Deputado diz que não há organização da base | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Vice-presidente do PT, o deputado Washington Quaquá (RJ) admite que erros na comunicação do governo tenham colaborado para a queda na popularidade do presidente Lula. Mas, para ele, o problema é maior.

Frisa que o governo não "organizou um território ou um exército", não estimulou um contingente de pessoas que estejam dispostas a brigar pelas políticas públicas que estão sendo implantadas.

"O Bolsonaro organizou a gente dele e o nosso governo, não", resume. Para ele, o PT não está presente nas periferias e nas favelas. "É preciso organizar iniciativas de empreendedorismo popular, financiar essas pessoas, criar bancos comunitários", receita.

Perse em risco

A indefinição sobre o do Perse, o programa de isenção de impostos para setores de turismo e eventos, preocupa os empresários. Se nada for feito, em 1o de abril os tributos voltam a incidir, já que o governo não revogou a medida provisória que acaba com o benefício.

Justiça

Presidente da Apresenta, que reúne o pessoal de eventos, Pedro Guimarães afirma que entidades que representam empresas já começaram a entrar na justiça para evitar a mordida — o Perse deveria valer até 2027. O governo estica a corda para reduzir os benefícios tributários.

Falta provar

Muito comemorado no domingo, o relatório da Polícia Federal sobre os assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes não provou duas questões fundamentais: a participação dos supostos mandantes e a razão pela qual eles teriam decidido matar a vereadora.

Ouro de tolo

A PF alega que a sabotagem à investigação fez com que fossem perdidas as "horas de ouro", o período imediatamente posterior a um homicídio. O tempo decorrido impediu a obtenção de dados de celulares que comprovassem encontros entre mandantes e assassino.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.