Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Ex-assessora: Marielle evitava tratar de terras

Vereadora considerava que tema era "vespeiro" | Foto: Reprodução/Redes Socias Marielle Franco

Ex-assessora de Marielle Franco, Rossana Brandão Tavares afirmou, ao depor nas investigações, que a vereadora "não gostava de mexer" em questões fundiárias. Isso, segundo ela, "por temor (pela temática espinhosa)" e pelo fato de seu mandato ter "pouca conexão" com questões habitacionais.

No trecho do depoimento reproduzido no relatório da Polícia Federal, Rossana disse que, para Marielle, o assunto "se tratava de um verdadeiro 'vespeiro', já que notadamente milicianos tinham interesses em tal temática". Ela classificou de "discreta" a atuação da parlamentar em relação ao tema.

No relatório, a PF sustenta, baseada na delação premiada do assassino confesso Ronnie Lessa, que as atitudes de Marielle em relação a ocupações de terras foram decisivas para seu assassinato.

 

Freixo

Ontem, ao programa Sem Censura, o ex-deputado Marcelo Freixo, muito ligado a Marielle, frisou que ela não priorizava questões ligadas a segurança pública e a loteamentos: lembrou que ele é que irritara milicianos com a CPI que investigou essas quadrilhas.

Versão de Lessa

O relatório é visto com reservas mesmo entre amigos de Marielle por ser muito baseado na delação de Lessa — inclusive em relação à participação, no planejamento do crime, do delegado Rivaldo Barbosa, que seria cúmplice dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão.

Suspeito ficou irritado com voto; crime amedrontou Psol

Chiquinho Brazão reclamou de Marielle | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Arlei de Lourival Assucena, também ex-assessor de Marielle, afirmou, porém, que Chiquinho Brazão, então vereador, demonstrou "irritação fora do comum" quando Marielle votou contra seu projeto que facilitava a regularização de loteamentos irregulares em áreas de milícia. Segundo ele, o parlamentar "teria reclamado" do voto da colega — Assucena afirmou que jamais vira Chiquinho daquele jeito.

O ex-assessor disse que o assassinato "amedrontou os parlamentares, assessores e demais empregados do partido"; segundo ele, o Psol ficou paralisado e assustado. A PF classificou de "verossímil" a "existência de hostilidades dos Brazão contra membros do Psol".

Ministro e Brazão

Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski devolveu, em 2011, o mandato de deputado estadual a Domingos Brazão, que havia sido cassado pela Justiça Eleitoral do Rio com base na Ficha Limpa. Então presidente do TSE, decidiu que a lei não valia na eleição de 2010.

Indenização

Com base no relatório da PF, o advogado João Tancredo prepara ação para pedir que o estado do Rio (empregador de Rivaldo Barbosa) e os irmãos Brazão indenizem Monica Benício, viúva de Marielle, e a jornalista Fernanda Chaves, que sobreviveu ao atentado.

PDT com Paes

Um deputado do PDT afirma que não há chance de o partido fazer aliança em torno da candidatura de Tarcísio Motta (Psol) à prefeitura do Rio. Segundo ele, o partido vai apoiar a reeleição de Eduardo Paes (PSD). Motta sonha em ter a deputada Martha Rocha como vice.

Opção

O deputado Pedro Paulo (PSD) é a primeira opção de Paes para ocupar o lugar de vice em sua chapa. Mas muita gente tem falado no nome do secretário municipal da Casa Civil, Eduardo Cavaliere, do mesmo PSD. Em 2022, ele foi eleito deputado estadual.

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