Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Indiciamento: vacina contra acusação de perseguição

Bolsonaro: imunizado no cartão, não no braço | Foto: Gabriel Silva/Folhapress

O indiciamento de Jair Bolsonaro (PL) por fraude em cartão de imunização contra a covid funciona, ironicamente até, como uma espécie de vacina contra acusações de perseguição ao ex-presidente. Como ressalta um experiente político, a materialidade do crime é inquestionável e o caso — falsificação de documentos — é mais fácil de ser compreendido do que um golpe de Estado. No máximo, Bolsonaro pode alegar que, apesar das evidências, tudo foi feito sem seu pedido ou sua autorização.

As características do caso permitiram uma rápida apuração e facilitam denúncia por parte do Ministério Público e condenação, que abririam caminho para a responsabilização do ex-presidente em crimes mais graves.

 

'Prestigiada'

Um deputado diz que o apoio de Lula à ministra da Saúde, Nísia Trindade, lembra declarações de antigos dirigentes de futebol sobre técnicos que estavam na corda bamba. "Ele está prestigiado", afirmavam. Bastava um novo resultado negativo pro sujeito ser demitido.

Desafio

Mesmo com o fogo amigo que parte de parlamentares do PT, pessoas ligadas à ministra dizem que ela tem o apoio irrestrito do presidente para tentar resolver um problema que se arrasta há muitas décadas: a ineficiência e a corrupção nos seis hospitais federais do Rio.

Castro bate em Paes boêmio de olho em 2026

Governador criticou idas do prefeito a bares | Foto: Reprodução/Internet

Não partiu do nada a decisão do governador do Rio, Claudio Castro (PL), de associar o prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), aos botecos cariocas. Pesquisas qualitativas recebidas pelo Palácio Guanabara revelaram que muitos eleitores, especialmente evangélicos, rejeitam o apreço de Paes pelos botequins.

O ataque de Castro foi no lançamento da pré-candidatura do deputado Alexandre Ramagem (PL) à prefeitura. Mas o governador mirou mesmo em 2026, quando Paes tentará o governo fluminense. De características mais conservadoras, o eleitor do interior do Estado gosta ainda menos do viés boêmio do prefeito.

Entregas

Do Rio para São Paulo: a campanha de Guilherme Boulos (Psol) à prefeitura paulistana reconhece o crescimento do candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB) nos últimos dias. Diz que o prefeito guardou para 2024 muitas entregas de obras, como asfalto e creches.

Foco na cidade

Psolistas prometem não deixar que Nunes — que evitará nacionalizar a eleição — monopolize o tema São Paulo. Querem que Boulos fale dos problemas da cidade e deixe para aliados a associação entre o prefeito e Bolsonaro. E admitem: "A disputa será parelha".

Via Dutra

Até nisso as duas maiores cidades do Brasil diferem. Na capital paulista, onde Lula ganhou de Bolsonaro, Nunes insiste no tema da gestão; no Rio, o pouco conhecido Ramagem quer colar no ex-presidente, que por lá, em 2022, venceu o petista por uma boa margem.

Sem carimbo

Última escala em Brasília: interessado em votos no Congresso, o governo federal anda acelerando a liberação de emendas RP 2. Abastecidas com verbas colocadas em ministérios com o fim das emendas secretas, elas também não carregam as digitais de quem as criou.

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