Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Aliados de Bolsonaro em busca do equilíbrio perfeito

Dosar bolsonarismo é desafio de correligionários | Foto: Tania Rego/Agência Brasil

Equilíbrio tem sido uma palavra repetida por aliados de Jair Bolsonaro (PL) depois da divulgação de depoimentos que o incriminam na tentativa de golpe de Estado. Diante da aproximação das eleições municipais de outubro — e ao sabor do que o Judiciário pode decidir até lá —, correligionários do ex-presidente tentam garantir os votos de seus milhões de apoiadores sem passar recibo para suas atitudes e falas mais polêmicas.

"A direita e a centro direita não podem ficar sem os votos bolsonaristas, mas eles não são suficientes", resumiu um dirigente partidário. Para ele, tudo vai depender de como as campanhas, atentas às pesquisas qualitativas, que buscam captar a opinião do eleitor, vão dosar a figura do ex-presidente.

 

Dificuldade

Um dos grandes problemas é a dificuldade de Bolsonaro aceitar soluções políticas, como a escolha de Aldo Rebelo para vice de Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição à prefeitura de São Paulo. Ex-integrante do PCdoB, ele foi ministro de Lula e de Dilma Rousseff.

Veto

Para os estrategistas de Nunes, o voto da direita está garantido contra Guilherme Boulos (Psol) e Tabata Amaral (PSB). O importante seria caminhar na direção oposta, para amenizar o peso de Bolsonaro. Mas o ex-presidente já mandou dizer que não aceita o ex-comunista.

Limite de Valdemar é o risco de voltar a ser preso

Presidente do PL foi condenado no Mensalão | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Quem conhece Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirma que sua fidelidade a Jair Bolsonaro não resiste à ameaça de um novo período na cadeia. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por envolvimento no Mensalão, Costa Neto, de 74 anos, ficou na cadeia por 11 meses e, até ser indultado, ainda cumpriu parte da pena em casa. Este ano, voltou ficar preso por dois dias, por ter em casa uma arma irregular e uma pepita de ouro não registrada.

Em seu depoimento sobre a tentativa de golpe de Estado, disse que só recorrera à Justiça Eleitoral contra as urnas eletrônicas ao ser pressionado por Bolsonaro e aliados.

Sem polarização

Pré-candidato do PP à prefeitura do Rio, Marcelo Queiroz é outro que tenta fugir da polarização nacional. Diz que seu partido é pragmático e focado nos municípios. Outro ponto que o diferencia de Nunes: na capital fluminense, o PL terá candidato próprio.

Saidinha

Se não houver nenhum cataclisma, a reunião de líderes na Câmara deve aprovar hoje a votação, amanhã, do projeto que restringe as chamadas saidinhas de presos. A proposta foi aprovada por lá, mas tem que voltar ao plenário por ter sido modificada no Senado.

Esquema 1

O Ministério Público Militar conseguiu na Justiça o bloqueio e o sequestro de bens de dois oficiais médicos da Marinha, denunciados por participação em esquema de cobrança de propinas de fornecedores. O caso ocorreu no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio.

Esquema 2

Um dos oficiais é capitão de mar-e-guerra; o outro, capitão-de-fragata, patentes que correspondem às de, respectivamente, coronel e tenente-coronel. Um teve R$ 1,6 milhão bloqueado; o suposto cúmplice, R$ 692 mil. Ambos ocuparam cargos administrativos no hospital.

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