Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Depoimentos geram impasse na campanha de Nunes

Prefeito na Paulista com o líder do PL, Altineu Cortês. | Foto: Reprodução da internet

Os depoimentos de ex-comandantes sobre o protagonismo de Jair Bolsonaro na articulação de golpe geraram muitas interrogações na campanha de reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). A questão principal é saber se, agora, será possível manter uma linha de equilíbrio, que busca os votos bolsonaristas sem que isso implique numa adesão explícita ao ex-presidente.

A linha de baixos teores de bolsonarismo foi adotada por Nunes na manifestação da Avenida Paulista. O prefeito vestiu camisa amarela, cumprimentou o ex-presidente no Palácio Bandeirantes, mas passou rapidamente pelo ato e sequer discursou. O Datafolha apontou que 63% dos paulistanos não votariam em candidato apoiado por Bolsonaro

 

Gestão

Nunes tem direcionado suas falas para a cidade, enfatiza o tema da gestão para escapar da polarização entre Bolsonaro e Lula O deputado Guilherme Boulos (Psol), até aqui seu principal adversário, faz questão de ressaltar que o prefeito é o candidato do bolsonarismo.

Amarela

"O Bolsonaro está ficando mais tóxico", admite um integrante da campanha. O problema é que não daria ignorar sua popularidade e o tempo de TV do PL. Diferentemente do personagem da canção de Ary Barroso, Nunes ainda não decidiu botar fogo na camisa amarela.

Pressão citada por Valdemar aponta para uma saída

Presidente do PL disse confiar nas urnas eletrônicas | Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Ao dizer à Polícia Federal que foi pressionado por Bolsonaro e por parlamentares a denunciar supostas falhas de urnas eletrônicas ao Tribunal Superior Eleitoral, Valdemar Costa Neto, presidente do PL, apontou caminho para um eventual rompimento com o ex-presidente. Ainda afirmou confiar nas urnas utilizadas. Mas uma debandada parece longe. Lideranças do PL-RJ ficaram impressionadas com a popularidade de Bolsonaro em cidades fluminenses: "O cara é um fenômeno, são várias gerações. Não há ninguém que chegue perto do seu carisma, se for preso, o Brasil para, aí sim terá um golpe, é surreal o que estou vendo", disse o senador Carlos Portinho (PL-RJ).

Defesa torta 1

Ao portal Metropóles, Bolsonaro defendeu-se, afirmou que, para decretar o Estado de Defesa, precisaria "convocar um conselho com diversos integrantes". Não é bem assim: os conselhos — da República e de Defesa Nacional — não precisam aprovar a decretação.

Defesa torta 2

Pela Constituição, os conselhos apenas se pronunciam ou opinam. Depois de decretado, o Estado de Defesa deve ser comunicado em vinte e quatro horas ao Congresso, que terá dez dias para examiná-lo. O Estado de Sítio é que precisa de aprovaçao prévia do Congresso.

Ditatorial

O Estado de Defesa permite restrições aos direitos de reunião, de sigilo de correspondência e de comunicações. Autoriza prisões, pelo executor da medida, por "crime contra o Estado" por até dez dias sem autorização da Justiça (que, porém, teria que ser comunicada do ato).

Lewa e Xandão

Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski quer agendar uma conversa com o ministro Alexandre de Moraes, seu ex-colega no Supremo Tribunal Federal. A reunião é para tratar do caso Marielle Franco que, agora, chegou ao STF e caiu nas mãos de Xandão.

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