Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Ida de Tarcísio para o PL acirra a briga na direita

Governador de São Paulo é pressionado por Bolsonaro | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A disputa pelo passe de Tarcísio de Freitas, detonou de vez a guerra entre duas legendas que buscam o eleitor de direita: o PL e o Republicanos, atual partido do governador de São Paulo. Os dois lados dão como certa a ida do ex-ministro de Jair Bolsonaro; mas discordam no quando isso irá ocorrer: o PL diz que será já, o Republicanos avalia que isso só deverá ocorrer lá pelo ano que vem.

Um importante parlamentar do partido de Bolsonaro diz que a pressa se justifica pelo ódio que o ex-ocupante do Planalto cultiva em relação ao presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP) — isto, pelo fato de seu partido ter se aproximado do governo. "Vamos jogar neles a pecha de que não são mais de direita", afirma.

 

Efeito Valdemar

A guerra remete a 2022. Um deputado do Republicanos diz que Tarcísio não foi para o PL antes porque não queria a companhia de Valdemar Costa Neto, presidente da legenda que já mandou muito no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Outro lado

Tarcísio foi indicado pela então presidente para combater os casos de corrupção no órgão — ficou lá de 2011 a 2015. Na versão do PL, o governador foi para o Republicanos porque o partido ameaçava não dar tempo de TV para Bolsonaro se ficasse sem o candidato ao governo.

Indicação de Nikolas para Educação foi para "causar"

Deputado coleciona polêmicas na Câmara | Foto: Divulgação

O mesmo parlamentar do PL admitiu que, em relação às presidências de comissões da Câmara, o partido quer mesmo "causar". Isso explica a decisão de indicar Nikolas Ferreira (MG), conhecido por suas provocações à esquerda, para comandar a Comissão de Educação — a escolha causou uma rebelião na base governista e irritou até o presidente Arthur Lira (PP-AL).

"Eles ficaram tão preocupados com a Caroline de Toni para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça e se esqueçaram da Educação", contou, rindo. O parlamentar diz que Nikolas, o deputado mais votado do país, será, em 2026, candidato ao governo de Minas Gerais.

Conjuntura

Quem conhece a Câmara diz que a indicação da radical De Toni é resposta às operações contra deputados do PL e às investigações que miram Bolsonaro e militares. Ressalta que, em 2023, quando foi feito o acordo que daria a CCJ ao PL, não se imaginava o ponto da fervura.

Mais confusão

A definição das CPIs a serem instaladas na Câmara promete mais confusão. Bolsonaristas insistem em apurar supostos casos de exploração sexual infantil que estariam na Ilha de Marajó (PA), que incluiriam tráfico de crianças. Muitas denúncias não passariam de fake news.

Padilha atacado

As orelhas do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, devem ter ficado da cor da estrela do PT ontem à tarde, durante reunião entre a bancada do PDT na Câmara e Arthur Lira. Ministro da Previdência, Carlos Lupi estava presente ao encontro.

Sem nome

Queixa básica: o governo privilegia os deputados do PT com cargos e, principalmente, emendas milionárias. Lira prometeu levar o recado ao Planalto, mas sequer pronunciou o nome de Padilha: "Não trato nada com esse senhor ministro", deixou claro.

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