Por: POR FERNANDO MOLICA

CORREIO BASTIDORES | Ministro terá reunião difícil com lideranças

Ministro tentará contornar divergências | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai ter que se desdobrar hoje para, na reunião com líderes de partidos da Câmara dos Deputados, conseguir fazer valer a visão do governo sobre temas pra lá de espinhosos. A conversa, que ocorreria na semana passada, teve que ser adiada devido à covid contraída pelo ministro.

O primeiro bloco de questionamentos a serem apresentados envolve a medida provisória editada no fim do ano passado que praticamente restabeleceu a contribuição previdenciária plena de 17 de setores da economia. Ainda acabou com o alívio neste mesmo pagamento concedido pelo Congresso a prefeituras e determinou o fim da isenção de impostos federais ao setor de eventos, um programa batizado de Perse.

 

Meio cheio...

Semana passada, em outra MP, o governo voltou atrás na reoneração das empresas, mas manteve o fim das outras benesses. Quer, agora, que todos os assuntos sejam discutidos num projeto de lei a ser enviado para o Congresso — Haddad vai dizer que esta é a melhor saída.

...meio vazio

O problema é que a tendência da Câmara é achar que o melhor seria tratar de cada um dos assuntos separadamente, em projetos de lei autônomos. Fora que os três temas já haviam sido analisados e aprovados pelo Congresso Nacional, que acabou atropelado pelas MPs.

Veto de Lula será tema de reunião com senadores

Pacheco: críticas à demora para marcar sessão | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Outro tema pra lá delicado é o veto do presidente Lula a R$ 5,6 bilhões dos R$ 16 bilhões que haviam sido destinados pelo Congresso para emendas parlamentares. Como a coluna publicou ontem, o governo tenta negociar uma saída para evitar a derrubada do veto, mas a tendência, principalmente na Câmara, é de restabelecer o texto original.

Já há deputados irritados com a demora, pelo presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de marcar sessão para análise da medida. O assunto também estará na pauta da conversa entre Lula e líderes de partidos no Senado marcada para hoje, às 19h, no Alvorada.

No limite

Lula, que havia se reunido com líderes da Câmara, tem um outro motivo para estreitar os laços com o Senado. A oposição tem mostrado contar com até 35 dos 81 votos. Como há senadores que ora ficam de um lado, ora de outro, a margem de do governo ficou pequena.

No telhado

O lançamento, com o aval do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de candidatura alternativa à presidência da Comissão de Constituição e Justiça, abalou boa parte do PL. Tem gente defendendo a substituição da indicada pelo partido, Caroline de Toni (SC).

Manter os dedos

A questão é que a provável participação de Arthur Maia (União-BA) na disputa ameaça De Toni, bolsonarista radical. Sua troca por um nome mais palatável e menos briguento garantiria, em tese, o cumprimento do acordo que prevê a entrega da presidência ao PL.

Expectativa

A bancada do PSB na Câmara não se arrepende de ter saído do bloco criado por Lira, mas não quer saber de outro casamento tão cedo. E espera algum carinho do governo que, por trás dos panos, trabalhou para que houvesse um rompimento com o presidente da Casa.

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