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CORREIO NACIONAL | Lira ficou irritado por não saber de operação

Arthur Lira não consegue acordos para votar | Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) ficou irritadíssimo por não ter sido informado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, da operação contra o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Ele comentou com aliados que, por volta das 5h30, o ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a lhe enviar mensagem por Whatsapp para avisá-lo que o parlamentar seria alvo da Polícia Federal. Mas ressaltou que o alerta deveria ter vindo de Moraes (questionado, Dino, a quem a PF está subordinada, não respondeu ao Correio sobre o envio da mensagem).

Lira destacou que, na operação, que classificou de abusiva, os policiais chegaram a apreender um disco rígido de computador que pertence à Câmara, o que reforçaria a necessidade de um aviso por parte de Moraes.

 

Chantagem

Irritação é o que não falta no Congresso — integrante da bancada evangélica, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) classifica de chantagem a decisão da Receita Federal de suspender a isenção de contribuições previdenciárias sobre parte da remuneração de religiosos.

Sem conversa

Ele diz ser contra colegas de bancada aceitarem o convite feito ontem pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para que o tema seja discutido. "Não tem conversa enquanto isso não for desfeito. Não dá pra criar dificuldade para, depois, conversar", reclama.

Sóstenes: medida é para diminuir défict do governo

Sóstenes Cavalcante: ou vai ou racha | Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

Para Sóstenes, a medida visa diminuir, ainda que no papel, o déficit orçamentário em 2024, que, para o Tribunal de Contas da União, pode chegar a R$ 55 bilhões.

A área técnica do TCU estimou em quase R$ 300 milhões o que deixou de ser pago por religiosos desde que, no governo passado, a isenção foi concedida.

O deputado afirma que sobre salários de pastores contratados com carteira assinada incidem contribuições previdenciárias e imposto de renda. Segundo ele, a isenção agora revogada era sobre remunerações pagas via emissão de recibos. Diz que caberia a quem recebe, e não às igrejas, fazer uma contribuição sobre esses ganhos à Previdência.

Maldade

O deputado ressalta que a maioria dos pastores não recebe salário e que 80% deles vivem de doações. Para ele, a nova decisão da Receita, um ato declaratório, não uma norma legal, vai abrir o que classifica de "franquia da maldade" dos fiscais em relação às igrejas.

Dívidas

A Igreja Mundial do Poder de Deus, de Valdemiro Santiago, deve R$ 217 milhões aos cofres públicos, R$ 64 milhões em dívidas previdenciárias. Estas chegam a R$ 62,8 milhões no caso da Associação da Igreja Metodista. Dados da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Manifesto 1

Frentes parlamentares de turismo, eventos, hotelaria e empreendedorismo lançaram manifesto de apoio ao Perse. Criado em 2021 para compensar perdas com a pandemia, o programa concedeu, por cinco anos, isenção de impostos federais para o setor de eventos.

Manifesto 2

A MP que prevê a reoneração previdenciária de empresas de 17 áreas determina também o fim do Perse. O governo alega que a isenção superou em muito o previsto, o que é contestado pelo setor de eventos, que ressalta a geração de empregos ocorrida desde então.

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