Por: Fernando Molica

Correio Nacional | Embratur quer unir turismo e literatura brasileira

Freixo com Mauro Munhoz, diretor da Flip | Foto: Márcio Menasce/Embratur

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, lancará hoje, durante a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), o programa Roteiros Literários, que vai estimular o turismo em torno, principalmente, de escritores brasileiros.

A iniciativa será detalhada durante uma conversa, na Casa de Cultura de Paraty, com Bernardo Barreiros Cardoso, diretor da Turismo de Portugal. O país europeu tem uma longa experiência nesse tipo de roteiro, principalmente em torno de autores como Eça de Queiroz, José Saramago e Fernando Pessoa.

Ao Correio, Freixo afirmou que o programa vai começar em 2024 no Rio e contará com a participação da prefeitura, da UFRJ e da UERJ. As universidades ajudarão a preparar material sobre os escritores.

 

Medina

Freixo afirmou que o empresário Roberto Medina, criador do Rock in Rio, ficou entusiasmado com a ideia e se comprometeu a apoiá-la. Frisou que os roteiros trarão um outro perfil de turistas para o país. O programa também contemplará nomes da nossa música.

Capital do livro

Na sua estreia, o Roteiros Literários vai focar em Machado de Assis e Lima Barreto, escritores negros que usaram o Rio como cenário. O roteiro incluirá prédios como o da Academia Brasileira de Letras. Por decisão da Unesco, em 2025 o Rio será a capital mundial do livro.

Vídeos

Segundo Freixo, o programa prevê a criação de material audiovisual sobre escritores e artistas da música brasileira. Esses vídeos poderão ser acessados por QR Codes que serão colocados diante de locais relevantes da vida dos homenageados.

Cidades

Agência responsável pela promoção do Brasil no exterior, a Embratur, além de coordenar o programa, será responsável por trazer jornalistas estrangeiros para conhecer roteiros ligados à relação de diversos escritores com cidades, como Erico Verissimo e Porto Alegre.

Escritora destaca a coragem da homenageada pela Flip

Adriana Armony escreveu romance sobre Pagu | Foto: Fernando Molica

Escalada para a mesa de abertura da Flip, na noite de ontem, a escritora Adriana Armony decidiu que iria tratar de destacar a coragem e o compromisso com a inovação da homenageada nesta edição do evento: Patrícia Galvão, a Pagu (1910-1962).

A escritora, poeta, tradutora, jornalista e militante política é a personagem central do livro mais recente de Adriana, o romance "Pagu no metrô" (Editora Nós).

"Ela (Pagu) teve coragem de lutar pela liberdade de pensar e de agir, por igualdade, por justiça social", ressaltou, em conversa pouco antes de sua palestra. O livro frisa o tempo que Pagu passou em Paris, em 1934 e 1935.

Militante

Adriana destacou que o escritor, jornalista e crítico literário Geraldo Ferraz chegou a classificar Pagu de "militante do ideal", tamanho seu compromisso com diversas lutas. Militante comunista, ela rompeu com o PCB depois de conhecer a União Soviética ainda nos anos 1930.

Pioneira

Doutora em Letras pela UFRJ, professora do Colégio Pedro II, Adriana passou um ano em Paris para fazer uma pesquisa acadêmica sobre a vida de Pagu na capital francesa. A viagem acabou gerando o romance sobre uma das pioneiras da luta feminista no Brasil.

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