Por: Fernando Molica

Correio Nacional | Por cargos, PDT decide pressionar governo

Lupi aponta para conquista de mais um ministério | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Como diria Leonel Brizola (1922-2004), fundador e principal liderança do PDT, o partido ameaça costear o alambrado do governo Lula. O motivo é o de sempre: falta de cargos de relevância, especialmente ministérios.

O PDT tem um ministro (Carlos Lupi, Previdência). Waldez Góes, ministro de Integração e Desenvolvimento Regional, é formalmente pedetista, mas está no cargo graças a uma indicação do senador David Alcolumbre (União Brasil-AP). Na avaliação dos 18 deputados federais, o partido deveria ter, no ministério de Lula, uma representação proporcional à do União e do PSD — as duas legendas têm número bem superior de deputados, mas, ressaltam os pedetistas, não entregam todos os seus votos ao governo, o que justificaria o pedido de aumento de cargos.

 

Lá com Lula

Na terça, a bancada conseguiu que Lupi, presidente do partido, concordasse com o pedido. Os deputados temiam que sua proximidade com Lula fizesse com que ele evitasse assumir a reivindicação. Ele ficou de conversar com o presidente e com Rui Costa (Casa Civil).

Prazo

Semana passada, a conversa dos deputados federais pedetistas foi com Alexandre Padilha, ministro das relações institucionais. Ainda não há ameaça de rompimento explícito com o governo, mas a bancada quer uma resposta positiva nas próximas duas semanas.

Haddad não consegue apoio de líderes para proposta

Ministro enfrentou resistência de deputados | Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não gostou do resultado da reunião, ontem, com líderes de partidos e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Ele tentou de todas as maneiras conseguir apoio para a proposta que dificulta a obtenção de incentivos fiscais para empresas beneficiadas com estímulos para implantação ou expansão de investimentos.

Deputados disseram compreender o ministro, mas frisaram que o projeto desperta preocupação em empresas e prefeituras. Não houve consenso sequer se a proposta será analisada a partir de Medida Provisória em vigor ou na forma de projeto de lei já encaminhado.

Verde

Ainda neste mês, a Câmara dedicará pelo menos uma semana para votar projetos ligados à área ambiental. Isso inclui propostas ligadas à produção de hidrogênio verde, crédito de carbono e subsídios para o tão falado processo de transição energética.

Emendas 1

Bateu mal no governo a decisão do relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Danilo Forte (União-CE), de aumentar verbas que podem ser livremente destinadas por parlamentares. Ele quer criar uma espécie de emendas de lideranças, as RP 5.

Emendas 2

O problema é como impedir que deputados e senadores aumentem seu poder de destinar verbas para projetos de seu interesse. Hoje, cerca de 25% do dinheiro que o governo tem para investir está na mão dos parlamentares, inclusive daqueles de partidos de oposição.

Telhado

Na avaliação de muita gente no Congresso, o ministro Juscelino Filho, das Comunicações, subiu de vez no telhado depois das investigações da Polícia Federal que indicam sua relação pra lá de suspeita com empreiteira. Pior, ele não é muito bem visto entre deputados.

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