Filho do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, e presidente do conselho da Ação da Cidadania, Daniel de Souza classifica de "retrocesso criminoso" a Proposta de Emenda Constitucional que permite a comercialização de plasma sanguíneo. "Isso é completamente irresponsável, somente a ganância pode explicar algo assim", afirma.

Betinho foi o inspirador da lei, batizada com seu nome, que em 1998 regulamentou a proibição de comercialização e sangue e derivados prevista na Constituição. Hemofílico, ele e seus irmãos Henfil e Francisco Mário morreram depois de contraírem o vírus da Aids em transfusões de sangue.

Ontem, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou o relatório da PEC feito pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB). A proposta é de autoria do senador Nelsinho Trad (PSD-MS).

Para Souza, caso seja aprovada, a PEC tende a abalar o abastecimento de sangue no Brasil, já que vai desestimular a doação. "Imagina se houver uma tabela de preços para a venda de sangue. Não se pode derrubar o conceito de doação, de ajuda ao outro", diz.

Vice-presidente da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids, Veriano Terto Júnior ressalta que o sangue faz parte do corpo humano, não é mercadoria. Antes de ser proibida, a compra e venda de sangue humano era comum no país. A PEC irá para o plenário do Senado.

O ministro Nunes Marques marcou para depois do dia de entrega do relatório da CPMI do Golpe o julgamento da liminar em que proibiu a quebra de sigilos do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Sivinei Vasques. A análise do mandado de segurança no plenário virtual da 2a Turma do Supremo Tribunal Federal ocorrerá entre os dias 20 e 27 deste mês, e a entrega do relatório pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA) está prevista para o dia 17.

A decisão de Marques impede que os dados telefônicos, fiscais, bancários e telemáticos de Vasques sejam analisados pela CPMI. Ontem a Advocacia do Senado entrou com recurso contra a medida.

Lula não pretende mexer na Petobras, mas tem feito críticas ao presidente da estatal, Jean Paul Prates. Acha que ele poderia diminuir ainda mais a distribuição de dividendos aos acionistas, aumentar investimentos e segurar um pouco os preços dos combustíveis.

Apresentador da festa de comemoração dos 70 anos da Petrobras, realizada no centro de pesquisas da empresa, Marcelo Adnet arrancou risos da plateia depois da homenagem póstuma ao primeiro funcionário da estatal: "Esse Zero Um a gente pode aplaudir", brincou.

A música que embala o filme institucional de dois minutos em comemoração ao aniversário da estatal cita três vezes a frase "Sem medo de ser", mote do "Sem medo de ser feliz" de campanhas lulistas. O verso, porém, faz parte da canção "Pra gente acordar", dos Gilsons.

A letra foi adaptada para o filme, exibido ontem em emissoras de TV. "Sem medo de amar" virou "Sem medo de andar". Na mudança, foi trocado o verso que fala em "brilho da estrela maior", que poderia ser visto como referência ao PT, por "nossa energia, essa força maior".