Tantas vezes anunciada, a guerra entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal foi, enfim, declarada. Parlamentares de partidos conservadores acusam o STF de invadir a competência do Poder Legislativo ao rejeitar a tese do marco temporal para terras indígenas e ao começar a votar processos que tratam da descriminalização do aborto e da posse de pequenas quantidades de drogas.
A convergência entre bancadas ruralista e evangélica, oposição e presidências das duas casas legislativas gerou a obstrução de votações e a possibilidade de aprovação, ontem, no Senado, do marco temporal. A proposta já passou pela Câmara. Pelo projeto, apenas terras ocupadas por indígenas na data da promulgação da Constituição de 1988 poderiam ser reconhecidas.