Por: Fernando Molica

Correio Nacional | Almirante entra na mira da CPMI do Golpe

Garnier Santos teria apoiado um golpe pró-Bolsonaro | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A bancada governista da CPMI do 8 de Janeiro resolveu centrar fogo no almirante Almir Garnier Santos. Ainda no posto de comandante da Marinha, ele teria concordado com uma proposta de golpe militar para manter Jair Bolsonaro no governo. Convocá-lo para depor e quebrar seu sigilo telefônico e telemático estão entre as prioridades da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Ainda ontem, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) protocolou pedido de convocação do almirante.

Outras focos de Eliziane são as quebras dos sigilos bancários de Jair e Michele Bolsonaro e a ida à CPMI de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência da República e que também teria participado de articulações golpistas com Garnier e o próprio Bolsonaro. Todos os pedidos deverão ser votados na próxima terça-feira, em sessão deliberativa.

 

Delação

As supostas participações de Bolsonaro, Garnier e Martins na trama constam — segundo 'O Globo' e o UOL — da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência. Eles teriam analisado o documento chamado de minuta do golpe.

Desistência

A ala governista deverá desistir da acareação entre Bolsonaro e Cid: há o temor que, devido à delação, o Supremo Tribunal Federal vete a retorno do militar à CPMI. O depoimento do general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, será na quinta-feira, dia 28 de setembro.

CPI das Apostas: risco de não ter relatório

Carreras: projeto para liminar tipos de apostas | Foto: Câmara dos Deputados

Já a CPI que apura manipulação de resultados em jogos de futebol corre o risco de acabar sem que seu relatório final seja votado. O prazo termina na próxima terça.

Os trabalhos revelaram que um grupo de deputados demonstrou muito interesse em focar na convocação de dirigentes de empresas de apostas. Mas o relator, Felipe Carreras (PSB-PE) destaca que o Ministério Público e a Polícia Federal não encontraram evidências de participação das bets nas fraudes.

No relatório, ele apresentou quatro projetos de lei, entre eles o que limita as apostas aos números de gols marcados e aos resultados das partidas.

 

Sem cartões

Para Carreras, a restrição eliminaria a possibilidade de jogadores de futebol aceitarem suborno para provocar situações como escanteios e advertências com cartões amarelos. Quer também permitir que apenas empresas regulamentadas no país possam aceitar apostas.

Crime

Segundo ele, a exigência de regulamentação das empresas seria capaz de evitar até mesmo apostas como as feitas hoje, em empresas sediadas no exterior. Pelo projeto, seria crime fazer este tipo de jogo em bets que não tenham autorização para funcionar no país.

Na chuva

A tendência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de não apressar a votação da emenda constituicional que anistia partidos políticos preocupa muita gente na Câmara. Há o temor de que, exposta a críticas, chuvas e trovoadas, a PEC fique sem força.

Sem relator

A PEC, que une do PT ao PL, deverá ser votada na Câmara na próxima semana e só depois encaminhada para os senadores. Até o início da noite de ontem, ainda não havia relator no Senado para a minirreforma eleitoral, também vista com desconfiança por Pacheco.