Para integrantes da bancada governista da CPMI do 8 de Janeiro, uma declaração do general Gustavo Henrique Dutra tornou praticamente inevitável a convocação do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército.

Ao depor na última quinta, Dutra afirmou que, em 29 de dezembro, Gomes mandou cancelar a participação da Polícia Militar em operação para acabar com a manifestação golpista diante do quartel-general do Exército, em Brasília. Dutra era comandante militar do Planalto.

A operação, feita por servidores do Distrito Federal, foi acompanhada por integrantes do Exército e removeu apenas barracas desocupadas. Segundo Dutra, a medida foi para evitar conflitos às vésperas da posse presidencial.

Caberá ao presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), colocar em votação o requerimento, protocolado há um mês, que pede a convocação de Gomes. Ele antecipou sua saída do comando do Força para o dia 30 de dezembro e, assim, evitou ficar subordinado a Lula.

Amanhã, quem vai depor é o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente. Suspeito de ter articulado um golpe, ele, no dia 18 de novembro, disse a apoiadores para não perderem a fé: "É só o que posso falar para vocês agora", completou.

O novo calendário preparado pelo relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), prevê que a Proposta de Emenda Constitucional será votada no dia 18 de outubro. Até lá, haverá mais seis audiências públicas para discutir os impactos das mudanças nos diferentes setores da economia.

Braga quer entregar seu relatório no dia 4, o que daria duas semanas para discussão das mudanças que pretende fazer em relação ao que foi aprovado pelos deputados. Quer evitar a repetição do atropelo com que a PEC foi votada por lá. Com as prováveis mudanças no Senado, a proposta terá que voltar para a Câmara.

Para o senador Carlos Portinho (PL-RJ), tudo indica que Braga vai retirar do texto da PEC o Conselho Federativo previsto pela PEC para administrar a futura cobrança do imposto. Segundo ele, a tendência é deixar essa tarefa para o Senado, que representa os estados.

A criação do conselho gerou briga nos bastidores. Pelo projeto original, cada estado teria um voto em suas decisões, o que favoreceria os do Norte e do Nordeste. Governadores do Sul e do Sudeste conseguiram mudar o critério na Câmara, mas tudo deverá ser descartado.

Presidente da Associação Comercial do Rio, Josier Vilar participará de uma das audiências públicas no Senado. Vai defender que a folha de pagamentos do setor de serviços seja desonerada para compensar o aumento de tributação que virá com a reforma.

O senador Angelo Coronel (PSD-BA) diz que, ao prever que lojas físicas vendam bilhetes de apostas, o projeto que regulamenta jogos on-line praticamente libera o jogo do bicho de maneira ampla, não apenas na internet. Ele quer a legalizaçao de todos os jogos.