BRASILIANAS | Cães-guia do Corpo de Bombeiros buscam famílias para nova fase do projeto

Com expansão prevista para 2027, corporação espera entregar 20 animais por ano e convoca voluntários para etapa de socialização dos filhotes

Por William França

A expectativa é que, a partir de 2027, a corporação entregue cerca de 20 animais por ano

Com expansão prevista para 2027, corporação espera entregar 20 animais por ano e convoca voluntários para etapa de socialização dos filhotes

O projeto de cães-guia do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) busca novas famílias voluntárias para acolher filhotes em fase de socialização. A iniciativa, que visa ampliar a autonomia e a segurança de pessoas cegas ou com baixa visão, tem previsão de expansão em 2027, quando a corporação espera entregar cerca de 20 animais por ano.

Em outubro, três novos moradores chegaram ao canil da corporação: os filhotes da cadela Mila, que sobreviveram a um parto difícil. Com pouco mais de um mês de vida, eles crescem em um espaço reformado para oferecer estrutura adequada, conforto e estímulos ao desenvolvimento.

Normalmente, os filhotes deixam o canil aos 90 dias e passam de dez meses a um ano em convivência com famílias voluntárias. Essa etapa é considerada indispensável para que os cães aprendam a lidar com ambientes externos e estímulos cotidianos.

“A convivência familiar prepara o filhote para o mundo real de forma natural e saudável”, explica o coordenador do projeto, major João Gilberto Silva Cavalcanti.

Atualmente, dez cães estão em socialização: sete pastores-alemães, um golden retriever e um labrador. O uso do pastor-alemão é uma inovação no Brasil, onde predominam labradores e goldens, mas já é prática consolidada em outros países.

Matheus H Souza/Agência Brasília - O projeto fornece ração mensal, acompanhamento veterinário e suporte técnico dos treinadores

Critérios para famílias

Segundo a psicóloga voluntária Fernanda Debattisti, o principal critério é a adequação do ambiente. Casas são preferenciais, mas apartamentos também podem ser considerados, desde que ofereçam espaço e segurança.

Outro ponto fundamental é o tempo disponível: a família precisa incorporar o cão à rotina, levando-o a diferentes ambientes como ônibus, metrô, trabalho e lazer.

Não é necessário ter experiência prévia com cães. Famílias com outros animais também podem participar, desde que garantam higiene e conforto. O vínculo afetivo, inevitável durante quase um ano de convivência, é visto como positivo.

“Esse envolvimento faz parte do desenvolvimento do cão”, afirma Fernanda.

Os principais custos não ficam a cargo das famílias. O projeto fornece ração mensal, acompanhamento veterinário e suporte técnico dos treinadores. Despesas adicionais, como brinquedos ou acessórios, são opcionais.