BRASILIANAS | Brasilienses vivem quase 80 anos e lideram expectativa de vida no país
Distrito Federal supera a média nacional em todas as faixas etárias e registra avanços contínuos na saúde, com destaque para a redução da mortalidade infantil e a longevidade dos idosos
Distrito Federal supera a média nacional em todas as faixas etárias e registra avanços contínuos na saúde, com destaque para a redução da mortalidade infantil e a longevidade dos idosos
Em 2024, o Distrito Federal consolidou-se como a unidade da Federação com maior expectativa de vida do país: 79,7 anos, segundo a Tábua da Mortalidade 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa um aumento de 1,8 mês em relação a 2023 e coloca os moradores da capital federal bem acima da média nacional, que ficou em 76,6 anos
Enquanto os brasilienses vivem quase 80 anos, o brasileiro médio alcança 76,6 anos. Esse avanço é resultado de um processo histórico: em 1940, a expectativa de vida no Brasil era de apenas 45,5 anos. Ou seja, em pouco mais de oito décadas, os brasileiros ganharam 31 anos de vida.
No DF, os indicadores superam a média nacional em todas as faixas etárias, reforçando o papel da região como referência em qualidade de vida e acesso a serviços de saúde.
As Tábuas de Mortalidade do IBGE não servem apenas para medir a saúde da população. Elas são utilizadas pelo Governo Federal como parâmetro para calcular o fator previdenciário, que influencia diretamente os valores das aposentadorias no Regime Geral de Previdência Social.
No caso do DF, os números reforçam a necessidade de políticas voltadas para a redução da sobre-mortalidade masculina e para a manutenção dos avanços na saúde infantil e na longevidade dos idosos.
Mulheres vivem mais que homens
A diferença entre os sexos é marcante. No DF, as mulheres vivem em média 82,9 anos, contra 76,3 anos dos homens. Essa discrepância se acentua entre jovens adultos: entre 20 e 24 anos, os homens têm 3,7 vezes mais chance de morrer do que as mulheres.
No Brasil, o índice é ainda maior: 4,1 vezes. As causas externas — homicídios, acidentes de trânsito e outras mortes violentas — explicam essa sobre-mortalidade masculina, fenômeno que ganhou força a partir dos anos 1980 com a urbanização acelerada e o aumento da violência nas grandes cidades.
Idosos ganham mais anos de vida
No DF, quem chega aos 60 anos pode esperar viver, em média, mais 24,4 anos — sendo 22 anos para homens e 26,4 anos para mulheres. Esse número é superior à média nacional de 22,6 anos.
Em 1940, um brasileiro de 60 anos viveria apenas mais 13,2 anos. Hoje, esse ganho é de mais de 9 anos, mostrando o avanço da medicina, da qualidade de vida e das políticas de saúde pública.
Para quem alcança os 80 anos, a expectativa é de mais 9,5 anos para mulheres e 8,3 anos para homens, quase o dobro do que se registrava em 1940.
Mortalidade infantil em queda
A mortalidade infantil no DF foi de 10,6 óbitos por mil nascidos vivos em 2024, abaixo da média nacional de 12,3 por mil. Entre menores de 5 anos, a taxa local foi de 12,3 mortes por mil crianças, uma leve redução em relação a 2023 (12,5).
O Brasil, por sua vez, reduziu drasticamente esse indicador ao longo das últimas nove décadas: em 1940, eram 146,6 mortes por mil nascidos vivos. Essa queda está associada a políticas públicas como vacinação em massa, atenção ao pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, programas de nutrição infantil e expansão do saneamento básico.
Comparação internacional
Apesar dos avanços, o Brasil ainda está distante dos países líderes em longevidade. Em 2024, Mônaco registrou expectativa de vida de 86,5 anos, seguido por San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4).
Mesmo assim, o DF se destaca internamente como exemplo de longevidade, superando em quase três anos a média nacional.
Impacto da pandemia
A pandemia de COVID-19 provocou uma queda brusca na expectativa de vida brasileira em 2021, quando o índice recuou para 72,8 anos**. No DF, também houve impacto, mas os números voltaram a crescer a partir de 2022, acompanhando a tendência nacional.
Esse episódio reforça como crises sanitárias podem alterar de forma significativa os indicadores demográficos.
