BRASILIANAS | GDF inicia 'guerra de dados' sobre atuação na saúde pública

A um ano das eleições, o GDF inicia uma espécie de 'guerra de dados' com estatísticas que servem para rebater as acusações de abandono e inércia na saúde pública do DF. Tema é o mais reclamado pela população e o principal foco dos adversários políticos de Ibaneis e Celina Leão

Por William França

A maternidade do HRSM, hospital administrado pelo Iges-DF, é referência em gestações de alto risco

63,5% dos partos nas maternidades públicas da região Sul do DF são de mães do Entorno

Este é um dos dados que foram divulgados pelo GDF, um ano das eleições, com estatísticas que servem para rebater as acusações de abandono e inércia na saúde pública do DF. Tema é o mais reclamado pela população e o principal foco dos adversários de Ibaneis e Celina Leão

A exatos um ano das eleições, o Governo do Distrito Federal começou a divulgar estatísticas dos serviços que tem prestado à saúde pública no Distrito Federal. Esta semana, a Agência Brasília, site oficial de notícias do GDF, trouxe três reportagens especiais, recheados de dados e estatísticas, para demonstrar o trabalho que vem sendo feito pelos gestores públicos.

Segundo pesquisa recente do ObservaDF, coordenada pela Universidade de Brasília (UnB) e realizada entre abril e junho deste ano, com moradores de 29 regiões administrativas, pelo menos 49,2% dos entrevistados apontaram a saúde como o principal problema enfrentado no DF. A insatisfação cresceu em relação a levantamentos anteriores, indicando uma piora na percepção popular sobre o setor.

Os potenciais adversários de Ibaneis Rocha (MDB) e de Celina Leão (PP) em 2026, como Ricardo Capelli (PSB) e José Roberto Arruda (sem partido), estão focando suas críticas na saúde pública. "Se for eleito, no dia seguinte prendo todo mundo por desvio de recursos públicos", afirma Capelli. "A saúde pública do DF é um caso de polícia", tem dito Arruda.

Abaixo, seguem dois desses dados da campanha do GDF:

 

Hospitais do Gama e de Santa Maria atendem mais gestantes goianas do que brasilienses e se consolidam como referência em atendimento especializado e humanizado

Iges-DF - Dados sobre os partos no HRSM e do Hospital do Gama

A maternidade do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), hospital administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), é referência em gestações de alto risco e dispõe de estrutura moderna: 12 leitos PPP (pré-parto, parto e pós-parto), leitos exclusivos para estabilização materna e recuperação pós-anestésica, três salas cirúrgicas e até um espaço terapêutico voltado ao bem-estar das famílias. Uma equipe multiprofissional — que inclui enfermeiras obstetras, médicas, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogas, assistentes sociais e outros profissionais — garante cuidado integral às gestantes.

“O Hospital Regional de Santa Maria é exemplo de como uma gestão eficiente pode transformar realidades. Hoje, conseguimos acolher gestantes de alto risco com qualidade, segurança e humanidade. Cada parto realizado aqui representa não só um nascimento, mas também a confiança de famílias inteiras no trabalho desenvolvido pelo IgesDF e pelo Governo do Distrito Federal”, ressalta o presidente do instituto, Cleber Monteiro.
A força desse acolhimento se reflete nos números. Entre janeiro e agosto de 2025, as maternidades públicas do DF registraram mais de 21,6 mil partos. Os hospitais regionais do Gama (HRG) e de Santa Maria (HRSM) juntos registraram 5.098 partos, dos quais 3.240, o que equivale à 63,5%, foram de mães residentes em cidades do Entorno goiano. Os dados constam do Painel Infosaúde, da Secretaria de Saúde (SES-DF).
No HRG, foram 2.555 partos até agosto, 1.842 de mulheres do Entorno (72,1%), e 713 de brasilienses. Já no HRSM, o total de partos é de 2.543, sendo 1.398 pacientes vindas de municípios vizinhos (55%) e 1.144 moradoras do DF. Entre as cidades que mais recorrem a essas duas unidades estão Valparaíso de Goiás (1.024), Luziânia (886), Novo Gama (793) e Cidade Ocidental (446).
Para o secretário de Saúde, Juracy Cavalcante, esses números mostram a importância da rede pública de saúde do Distrito Federal não apenas para os brasilienses, mas também para milhares de famílias do Entorno. “É um desafio grande, mas que reforça o papel do DF como referência em atendimento especializado e humanizado. Estamos investindo em estrutura, tecnologia e profissionais para garantir que cada mãe e cada bebê tenham a assistência necessária”, revela.

 

Hospital de Base supera recorde e realiza 1.332 cirurgias em setembro

Iges-DF - Dados sobre o centro cirúrgico do Hospital de Base

Em setembro, pela terceira vez, o Centro Cirúrgico do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) bateu o recorde de cirurgias realizadas em um único mês. A primeira marca foi registrada em maio, com 1.294 procedimentos; em julho, o número foi superado, chegando a 1.326 operações. Em setembro, foram realizadas 1.332 cirurgias, com 100% das programadas cumpridas, o que representa uma média diária de 44 cirurgias.

Entre os tipos mais realizados estão oftalmologia, com 288 procedimentos, seguida de ortopedia e traumatologia, com 259, e urologia, com 139. Entre janeiro e setembro deste ano, o centro cirúrgico realizou 11.455 procedimentos, 1.036 a mais que no mesmo período de 2024, quando foram feitas 10.419 cirurgias.

Segundo a coordenadora do centro cirúrgico, Nadja Corrêa Graça, o aumento no número de cirurgias começou a ser percebido após a implementação do Projeto Lean, em 2023. O Lean é uma metodologia de gestão que busca reduzir desperdícios e aumentar a eficiência, garantindo que processos, como a agenda de cirurgias, funcionem de forma ágil e segura.

Entre as medidas adotadas estão a melhor utilização das 16 salas cirúrgicas e o monitoramento rigoroso de indicadores, como o cumprimento do horário de início das cirurgias, programadas entre 7h e 7h30, e a taxa de cancelamentos.

“O Lean trouxe otimização para não deixarmos salas de cirurgias paradas. Ele foi fundamental, mas, além dele, também tivemos a participação da enfermagem, da equipe de limpeza e dos anestesistas. Foi realmente a comunicação entre as equipes que contribuiu para esse resultado”, explica Nadja.

O atendimento do centro cirúrgico do HBDF não se limita apenas à população do Distrito Federal. “É um hospital público que é para a comunidade. Indiferente de onde seja, de qual estado, de qual cidade, não há preferência”, explica Yeira.