BRASILIANAS | Consórcio vencedor da licitação para reforma do Teatro Nacional oferece obra por R$ 268 milhões

Se não forem apresentados novos recursos, o consórcio ganhador será integrado pela mesma empresa que fez a primeira etapa, da Sala Martins Penna, a Porto Belo Engenharia

Por William França

O foyer da Villa Lobos será um dos espaços a serem revitalizados

Se não forem apresentados novos recursos, o consórcio ganhador será integrado pela mesma empresa que fez a primeira etapa, da Sala Martins Penna, a Porto Belo Engenharia

Termina amanhã (17) o prazo de cinco dias úteis para que as empresas que participam da licitação para a segunda e a terceira etapas da reforma do Teatro Nacional Claudio Santoro apresentem novos recursos administrativos à decisão que, no último dia 10, confirmou o Consórcio Porto Belo Brasil como vencedor. Ele apresentou proposta no valor de R$ 286 milhões - ante a estimativa inicial da Novacap de que o certame chegaria a R$ 315,6 milhões.

O Consórcio Porto Belo Brasil é formado pelas empresas Porto Belo Engenharia (que foi a responsável pela reforma da Martins Pena) e Brasil Arquitetura. Ele somou 90,3 pontos, ficando abaixo da pontuação alcançada pelo Consórcio Nacional, que é formado pelas empresas Principal Construções, Construtora LDN, Construtora e Incorporadora Squadro e JPM Arquitetura, que somou 95,6 pontos.

Apesar de estar mais bem pontuado, o Consórcio Nacional foi inabilitado. Segundo a comissão de licitação, "constatou-se o não atendimento às exigências de capacitação técnica".

O certamente também teve um terceiro grupo interessado, o Consórcio Teatro DF, formado pela Full Tec Engenharia, GND Construções, G.C.E S/A e Engemil Engenharia, que somou 68,5 pontos. O resultado foi publicado no "Diário Oficial" do Distrito Federal.

O consórcio Porto Belo Brasil já havia sido reconhecido como vencedor em junho, mas novos questionamentos haviam suspendido o processo. O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) havia determinado, em março, que a Novacap apresentasse detalhamento dos custos e cronograma financeiro antes de autorizar o início das obras.

Solé Associados - Imagem digital da Sala Villa-Lobos após a adequação acústica, que prevê o redesenho da geometria do espaço

Martins Pena custou R$ 70 milhões

O Teatro Nacional é formado pela sala Sala Villa-Lobos, o foyer Villa-Lobos, a Sala Martins Pena (já reformada), o foyer Martins Pena (já reformado), a Sala Alberto Nepomuceno, o Espaço Cultural Dercy Gonçalves e o Anexo, projetado e construído mais tarde. O edifício tem a forma geométrica de uma enorme pirâmide sem ápice e ocupa uma área de cerca de 43 mil m², incluindo o Anexo. Sua face externa é revestida, nas laterais, por um painel formado de blocos de concreto criado por Athos Bulcão, em 1966.

Fechado desde 2014 e parcialmente reaberto em 2024 após investimento de R$ 70 milhões, o Teatro Nacional ainda enfrenta desafios estruturais e administrativos. A nova etapa de obras deve consolidar o processo de *preservação do patrimônio cultural e artístico da capital federal, mas o prazo para início das novas intervenções ainda não foi confirmado.