Por: William França

BRASILIANAS | Drones ampliam eficiência do Corpo de Bombeiros do DF em salvamentos e no combate a incêndios florestais

O Corpo de Bombeiros do DF conta com 11 drones para auxiliar no combate a incêndios florestais | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Com câmeras térmicas e zoom de longo alcance, tecnologia promove mais assertividade e eficiência à atuação dos militares, que passam por capacitação antes de operar os equipamentos

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) conta atualmente com 11 drones para auxiliar no combate a incêndios florestais, ações de busca e salvamento, monitoramento de áreas de risco e apoio à defesa civil. Os aparelhos são estratégicos para as operações, gerando assertividade e eficiência para a atuação das equipes. A gestão dos dispositivos, tecnicamente intitulados como aeronaves tripuladas remotamente, cabe ao 3º Esquadrão de Aviação Operacional (3º ESAV).

Os drones estão integrados a grupamentos especializados, como o de Busca e Salvamento (GBS), Proteção Ambiental (GPRAM), Proteção Civil (GPCIV) e Prevenção e Combate a Incêndio Urbano (GPCIU). Durante a Operação Verde Vivo, promovida anualmente entre abril e novembro, ao menos três aeronaves são empregadas nas missões. "Os equipamentos são muito úteis no combate a incêndios por permitirem a visualização completa da região afetada e a direção do fogo, trazendo mais eficiência ao trabalho", afirma o tenente Rony Junio Rodrigues da Costa, responsável pela coordenação do uso dos aparelhos.

Atualmente, estão disponíveis cinco drones do modelo Mavic 2, que se destaca pelo zoom de longo alcance, e seis do Mavic 3T, que conta com câmera termográfica e indicado para operações em campo.

"Com o Mavic 3T, conseguimos identificar obstáculos, vítimas em áreas de mata e até definir prioridades no combate às chamas. Já o Mavic 2, mesmo sendo mais antigo, continua sendo útil para investigações a longas distâncias", explica o tenente.

Com o reconhecimento da região atingida pelo fogo, o drone também contribui com a segurança dos bombeiros, reduzindo a exposição das tropas às chamas, e agiliza a resolução das situações de emergência. "O maior ganho é a questão do monitoramento em tempo real, já que é possível antecipar mudanças no comportamento do fogo, prever a direção que pode ser causada pelo vento, por exemplo, e assim ter uma resposta mais rápida e precisa no combate", ressalta Costa.

No ano passado, durante o período de vigência da Operação Verde Vivo, foram registradas 9.005 ocorrências de queimadas, com 22.250,40 hectares de área afetada. Setembro, agosto e julho foram os meses com maior número de chamados, representando, juntos, quase 73% do total de ocorrências. Neste ano, de abril a agosto, foram recebidos 4.848 casos de incêndios florestais, que afetaram área de 8.797,70 hectares. Os dados de setembro ainda estão em fase de apuração.

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Os drones estão integrados a grupamentos especializados | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Histórico na corporação

Nos bombeiros do DF, a tecnologia começou a ser empregada há dez anos, com a aquisição do primeiro equipamento do tipo Mavic 2, apelidado como Zangão 01. De lá para cá, a aeronave passou a ser amplamente utilizada pela corporação, que investiu na capacitação de cerca de 300 militares e obteve, com recursos próprios e por doação, outros exemplares.

Novos drones devem ser incorporados em breve. Está em andamento um processo para doação pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF) e a compra de outras unidades com recursos da própria corporação. Recentemente, o CBMDF recebeu também aparelhos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e, da Receita Federal, acessórios como câmeras e cartões de memória.

Para operar os drones, os militares passam por treinamentos que abordam desde os princípios básicos de navegação até legislação e normas de segurança. São oferecidos três cursos por ano, além de oficinas para órgãos externos. O curso tem duração de três semanas, sendo duas online e uma presencial.

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Com o Mavic 3T, os bombeiros conseguem identificar obstáculos, vítimas em áreas de mata e até definir prioridades no combate às chamas | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília