BRASILIANAS | Novacap troca frutíferas por palmeiras

O Departamento de Parques e Jardins (DPJ) nega que esteja priorizando plantio de palmeiras pelo DF - embora seja nítida essa opção, basta olhar em vários pontos da cidade. E repassa para 'Brasilianas' o mesmo levantamento usado pelo distrital para elaborar a lei (onde há várias RAs sem nenhum plantio), mas afirma que vai plantar 200 mil mudas na próxima estação chuvosa

Por William França

O DPJ nega que esteja priorizando plantio de palmeiras pela cidade - embora seja nítida essa opção

O Departamento de Parques e Jardins (DPJ) nega que esteja priorizando plantio de palmeiras pelo DF - embora seja nítida essa opção, basta olhar em vários pontos da cidade. E repassa para 'Brasilianas' o mesmo levantamento usado pelo distrital para elaborar a lei (onde há várias RAs sem nenhum plantio), mas afirma que vai plantar 200 mil mudas na próxima estação chuvosa

'Brasilianas' pediu à Novacap esclarecimentos pelo fato de o Departamento de Parques e Jardins (DPJ) estar priorizando o plantio de palmeiras pela cidade, em vez de árvores com maior copa e mesmo as frutíferas (como foi feito no passado pelo mesmo DPJ). Vale lembrar que as palmeiras que estão sendo plantadas não são coqueiros, que produzem frutos.

A Novacap está espalhando pela cidade exemplares de arecas de Locuba (Dypsis madagascariensis), uma palmeira comercial, originária de Madagascar, que custa cerca de R$ 15 a unidade, e é indicada para "lugares de muita circulação e pouca manutenção". Como desvantagem, produz muito pouca sombra. E não dá frutos.

Caro leitor: basta olhar quaisquer obras que estão sendo entregues por todo o DF. Ao redor delas, o "reflorestamento" (isso porque várias árvores nativas do cerrado foram derrubadas para a execução da obra) é feito por essas palmeiras. E outras plantas menores ou flores, que servem apenas de enfeite

Brasilianas - O número de palmeiras foi de "apenas" 3.723 do total plantado pela Novacap, afirma a empresa

Opção por palmeiras é técnica, diz o DPJ

O DPJ confirmou à "Brasilianas" que está plantando essas palmeiras ao longo das vias. "Por se tratar de áreas viárias, requerem uma maior atenção em relação a utilização de espécies, uma vez que, no futuro, podem afetar o trânsito de várias maneiras, como com o desenvolvimento de raízes que podão vir a levantar o asfalto, causando ondulações perigosas, afetar a visualização, quedas de galhos e frutos sobre a via, entre outros. Desta forma, as palmeiras constituem uma alternativa", afirmou nota da Novacap.

E afirma, no entanto, que tem plantado outras árvores, mas que, por enquanto, as palmeiras se destacam, pois o porte de plantio é maior do que os das árvores. "Em poucos anos, o conjunto será notado como um todo", completa.

Segundo a empresa, dentro do Programa de Arborização e ainda contando os plantios por obra direta, foram plantadas um total de 259.826 mudas, sendo que o número de palmeiras foi de apenas 3.723 desse total. "Muitas dessas são palmeiras nativas e que além do aspecto paisagístico é importante também, na alimentação da fauna urbana", afirma a nota. "Brasilianas" reforça: palmeira não é coqueiro, e não dá frutos.

Brasilinas - As palmeiras plantadas (originárias de Madagascar) não produzem frutos nem sombra

Novacap não plantou onde precisava

A Novacap repassou à coluna os mesmos dados sobre o plantios de árvores pelo DF que constam do projeto de lei vetado pelo governador Ibaneis Rocha. Nenhuma árovore foi plantada pelo GDF nos últimos dois anos em Brazlândia, Cruzeiro, São Sebastião, Recanto das Emas, Riacho Fundo II, Varjão, Arniqueira e no SCIA/Estrutural - justamente o local no DF com menor Índice de Sustentabilidade Ambiental.

Já no Plano Piloto foram 26.756 árvores no mesmo período, além de 3.977 no Lago Sul, 8.551 no Lago Norte e 1.505 no Sudoeste/Octogonal - regiões administrativas que aparecem com o melhor ISU do DF, pois há "sobra de verde" por habitante.

Segundo a nota, está previsto o plantio de 200 mil novas mudas. Mas repassa responsabilidade sobre os locais que vão receber as árvores à demandas feitas pela população (algo que o projeto de lei vetado corrigia).

Diz a Novacap: "Durante o planejamento, são realizados levantamentos de campo, análise de solicitações da população e consulta a todas as Administrações Regionais, por meio de processo formal, para que haja a indicação de locais de seu interesse e necessidade de plantio. Após, é realizado o procedimento licitatório para execução dos serviços."

O DPJ afirma que o processo de produção de mudas é todo feito no Viveiro da Novacap e que são utilizadas diversas espécies de árvores e palmeiras, tanto nativas como exóticas, já adaptadas ao clima da região. "Prioritariamente, são utilizadas espécies nativas", completa.