BRASILIANAS | 'NADA', de Adriano Guimarães, tem pré-estreia hoje no Cine Brasília
Primeiro longa metragem do renomado diretor de teatro brasiliense, 'NADA' foi todo gravado em Pirenópolis (GO). Tema foi inspirado em obra de Manoel de Barros e traz referência à dramaturgia de Samuel Beckett
Primeiro longa metragem do renomado diretor de teatro brasiliense, 'NADA' foi todo gravado em Pirenópolis (GO). Tema foi inspirado em obra de Manoel de Barros e traz referência à dramaturgia de Samuel Beckett
Com estreia marcada para o dia 31 de julho no circuito comerical, o filme "NADA", de Adriano Guimarães, tem hoje (24), às 19h, no Cine Brasília, sua pré-estreia em noite especial. Após a exibição do longa, o diretor e a equipe farão um bate-papo com a plateia presente.
O filme, gravado todo em uma fazenda de Pirenópolis (GO), "conduz o espectador a uma reflexão sobre lembrar, esquecer e seguir adiante o que se vê e o que se sente. O que se toca e o que permanece como ausência", afirma o material de divulgação.
Em "NADA", primeira experiência de Adriano Guimarães em longa-metragens, memória e ausência conduzem uma narrativa delicada.
Desde sua estreia, "NADA" foi exibido em festivais na Espanha, Rússia, Índia, Argentina, México e Colômbia. O filme foi premiado no 25º Festival de Cinema de Tiradentes (2022) na categoria Work in Progress (WIP), no Festival de Málaga (2022) com o Prêmio WIP Iberoamericano e o Prêmio LatAm Cinema, além de ter recebido os prêmios de Melhor Direção, Melhor Direção de Arte e Melhor Edição de Som no 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro – Mostra Brasília.
Este filme recebeu financiamento público do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal e da Secretaria do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura, além do Fundo Setorial do Audiovisual.
Sobre o enredo do filme
Protagonizado por Bel Kowarick e Denise Stutz, o filme acompanha Ana, uma artista plástica que retorna à fazenda onde cresceu para reencontrar a irmã, Tereza. Lá, o cotidiano se funde com o extraordinário: imagens do passado retornam, enquanto uma estranha tecnologia parece exercer uma influência silenciosa sobre os habitantes.
“Na vida cotidiana dos personagens, há a presença do mistério, do inexplicável. Memórias que não podem ser esquecidas emergem e são expostas. ‘NADA’ nasceu desse olhar que observa com curiosidade os personagens e os eventos que protagonizam, sem entendê-los muito bem.”
Para tratar da fantasmagoria da memória e das imagens, a obra evita qualquer conotação de terror, indo por um caminho mais sutil. “As ideias iniciais para ‘NADA’ surgiram a partir da leitura dos escritos do poeta brasileiro Manoel de Barros. Além disso, os anos em que trabalhei com a obra de Samuel Beckett reverberam no filme. ‘NADA’ não apresenta ou repete a linguagem desses autores, mas acredito que traz ecos de suas vozes. Livro sobre nada foi o primeiro livro que li de Manoel de Barros, e me impressionou a quebra na hierarquia entre as coisas, o olhar para o aparentemente desimportante, as formas de perceber algo que não é facilmente perceptível e a naturalização de eventos extraordinários do cotidiano.”
Essa poética se reflete também no partido estético do filme. A fotografia de André Carvalheira trabalha com um enquadramento mais fechado, criando uma sensação de confinamento. O desenho de som, por sua vez, é tratado como um elemento narrativo fundamental, evocando a presença do que já se foi.
No texto para o Portal Meio Amargo, o crítico Bruno Carmelo pontua: “O filme constrói a curiosa sensação de um tempo suspenso, um ritmo particular. Nada lida com o mistério sem a necessidade de soluções, apenas permitindo que o espectador se entregue a essa atmosfera hipnótica e melancólica”.
Ficha Técnica
Sinopse: Ana está montando uma exposição de suas obras de arte quando é forçada a retornar à fazenda onde passou sua infância. Tereza, sua irmã, foi atingida por uma doença enigmática que altera seus estados de consciência. Durante sua estadia, Ana tem que enfrentar os mistérios de sua própria memória. "Nada" é o primeiro filme do diretor Adriano Guimarães.
NADA (2024) - Brasil, 92’
Direção: Adriano Guimarães
Roteiro: Emanuel Aragão
Elenco: Bel Kowarick, Denise Stutz, Thais Puello
Fotografia: André Carvalheira
Edição: Sergio Azevedo
Design de Som: Guile Martins
Produção: Machado Filmes
Distribuição: Embaúba Filmes
Sobre a Machado Filmes
A Machado Filmes iniciou suas atividades em 2010, tendo como missão desenvolver conteúdos autorais independentes, desde as primeiras ideias do argumento ate a exibição na telona. Documentário? Experimental? Simplesmente filme. Seja o que for, temos uma queda por olhares voltados para transformação, que reflitam arte, cultura e sociedade. Mas o que nos move mesmo e a vontade de contar boas histórias, debater narrativas, pensar audiovisual, encontrar bons personagens e filma-los. Em 2023 a produtora esta produzindo o seu sétimo longa-metragem.
Sobre a Embaúba Filmes
A Embaúba Filmes é uma distribuidora especializada em cinema brasileiro, criada em 2018 e sediada em Belo Horizonte. Seu objetivo é contribuir para a maior circulação de filmes autorais brasileiros. Ela busca se diferenciar pela qualidade de seu catálogo, que já conta com mais de 50 títulos, investindo em obras de grande relevância cultural e política. A empresa atua também com a exibição de filmes pela internet, por meio da plataforma Embaúba Play, que exibe não apenas seus próprios lançamentos, como também obras de outras distribuidoras e contratadas diretamente com produtores, contando hoje com mais de 500 títulos em seu acervo, dentre curtas, médias e longas- metragens do cinema brasileiro contemporâneo.