BRASILIANAS | Projeto de infraestrutura do Pôr do Sol é o primeiro do DF desenvolvido 100% em BIM

Secretaria de Obras é pioneira na adoção da metodologia que revoluciona o planejamento e a execução de obras públicas, chamado de 'GDF Obras inteligentes'

Por William França

Os benefícios são muitos: maior precisão nos projetos, redução de erros e retrabalhos, melhor planejamento de custos e prazos, visualização antecipada de interferências, transparência na gestão dos contratos e, acima de tudo, eficiência na execução das obras

Secretaria de Obras é pioneira na adoção da metodologia que revoluciona o planejamento e a execução de obras públicas, chamado de 'GDF Obras inteligentes'

O projeto de infraestrutura do Pôr do Sol já entrou para a história da engenharia pública do DF. Isso porque ele é o primeiro projeto elaborado 100% em BIM — sigla para Building Information Modeling, ou Modelagem da Informação da Construção, em português. A iniciativa marca um salto tecnológico no setor público, com a Secretaria de Obras e Infraestrutura (SODF) à frente como pioneira na adoção da metodologia no DF.

A tecnologia BIM representa uma verdadeira revolução na forma como obras são concebidas, planejadas, orçadas e executadas. Ao contrário dos métodos tradicionais de projeto, que utilizam desenhos em 2D separados para cada disciplina técnica, o BIM permite a criação de modelos tridimensionais inteligentes e integrados, que reúnem todas as informações do projeto em uma única base de dados — da topografia ao acabamento.

Com isso, os benefícios são muitos: maior precisão nos projetos, redução de erros e retrabalhos, melhor planejamento de custos e prazos, visualização antecipada de interferências, transparência na gestão dos contratos e, acima de tudo, eficiência na execução das obras.

"Uma obra projetada em BIM é uma obra inteligente. Isso porque toda a gestão da obra pode ser feita de forma integrada, desde a concepção do projeto até a entrega final. O modelo reúne informações de todas as disciplinas envolvidas — como drenagem, pavimentação, calçadas, redes de água e esgoto, entre outras — facilitando a tomada de decisões e o acompanhamento da execução", explicou o subsecretário de Projetos da Secretaria de Obras, Carlos Maciel.

Divulgação/Secretaria de Obras - O projeto de infraestrutura do Pôr do Sol entrou para a história da engenharia pública do DF, por ser o primeiro projeto elaborado 100% em BIM

Estratégia é demanda nacional

O uso da tecnologia BIM no projeto do Pôr do Sol permitiu simular digitalmente cada etapa da obra, antecipando problemas, prevendo soluções e otimizando recursos. O modelo gerado também servirá como base para a licitação e será usado durante toda a execução da obra, garantindo maior controle e rastreabilidade.

Segundo o secretário de Obras, Valter Casimiro, essa é apenas a primeira etapa de uma mudança maior: "O projeto do Pôr do Sol é o primeiro elaborado totalmente em BIM, mas não será o único. Muito em breve, todas as obras da Secretaria de Obras serão desenvolvidas e gerenciadas com essa metodologia. Estamos falando de mais qualidade para os serviços públicos e de um novo patamar de eficiência na infraestrutura do DF."

A implantação do BIM segue diretrizes nacionais de modernização da gestão pública e está alinhada à Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, promovida pelo Governo Federal. O avanço coloca o Distrito Federal na vanguarda da engenharia pública brasileira e reforça o compromisso do GDF com a inovação e com a entrega de obras duradouras e bem planejadas para a população.

Divulgação/Secretaria de Obras - O uso da tecnologia BIM no projeto do Pôr do Sol permitiu simular digitalmente cada etapa da obra, antecipando problemas, prevendo soluções e otimizando recursos

Obras orçadas em mais de R$ 80 milhões

Segundo a Secretaria de Obras e Infraestrutura, o projeto promete requalificar completamente a região do Pôr-do-Sol, trazendo pavimentação, drenagem e mobilidade ativa para os moradores. O custo para essa etapa está orçado em mais de R$ 80 milhões.

O projeto prevê ao todo a pavimentação de 150 vias urbanas, o que representa 27 quilômetros de novo pavimento. O tipo de revestimento será definido de acordo com a largura das vias: ruas com mais de seis metros receberão asfalto, enquanto as vias mais estreitas serão contempladas com blocos intertravados, garantindo resistência e melhor drenagem superficial.

Além disso, o conjunto de obras inclui 22 quilômetros de redes de drenagem pluvial, 5 quilômetros de ciclovias e a construção de 93 mil metros quadrados de calçadas em concreto, oferecendo mais segurança e acessibilidade para pedestres e ciclistas.