BRASILIANAS | Gasolina e passagem aérea puxam inflação no DF

Os dois itens foram os vilões da inflação de janeiro, em Brasília - que também ficou muito acima do índice nacional. Além deles, café, cenoura e tomate puxam a alta no item alimentos no DF

Por William França

No DF, o reajuste da gasolina contribuiu para o aumento dos preços em janeiro

Os dois itens foram os vilões da inflação de janeiro, em Brasília - que também ficou muito acima do índice nacional. Além deles, café, cenoura e tomate puxam a alta no item alimentos no DF

Em janeiro de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido em Brasília, alcançou 0,56%. Ficou bem acima do percentual registrado em janeiro de 2024 (que registrou queda de 0,36%) e muito acima, também, dos dados nacionais, que indicaram inflação de apenas 0,16% no primeiro mês deste ano.

Em 12 meses, o IPCA de Brasília acumula alta de 4,89%. Já quando se olha para todo o país, o índice que mede a inflação acumulado em 12 meses foi de 4,56%. Portanto, o DF teve inflação 0,5% maior do que a média do país.

Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Brasília apresentaram altas no IPCA de janeiro. O grupo que mais puxou o IPCA de Brasília para cima (0,66 ponto percentual) foi transportes (2,88%).

Os subitens gasolina e passagem aérea subiram 3,67% e 14,85%, respectivamente, e foram os que mais contribuíram para o resultado do grupo. As altas em conserto de automóvel (3,34%), automóvel novo (1,07%) e seguro voluntário de veículo (3,05%) também puxaram o índice do grupo para cima em janeiro.

No restante do país, transportes também foram responsáveis por um impacto de 0,27 pontos percentuais sobre o IPCA de janeiro e subiram 1,30%. Quando analisados isoladamente, as altas em passagens aéreas (10,42%) e de ônibus urbano (3,84%) foram os motivadores dos aumentos.

No DF, as tarifas de transportes urbanos estão congeladas desde janeiro de 2020 e, segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB), elas permanecerão sem aumento até 2025. Em Salvador, uma das capitais que reajustaram as tarifas de ônibus urbanos em janeiro, o impacto foi de 6% sobre os dados locais.

IBGE/Divulgação - IPCA (variação mensal e acumulada no ano) Índice geral e grupos de produtos e serviços no DF - janeiro de 2025

Café subiu 52% em um ano

No DF, no quesito alimentação e bebidas, o impacto foi de 1,08% de aumento no conjunto da inflação local. Segundo o IBGE, foram observados aumentos nos preços da alimentação fora do domicílio (0,96%), como lanche (1,93%) e refeição (0,55%).

Quando são observados apenas os insumos, os tubérculos, raízes e legumes aumentaram 11,60%. Além deles, alguns ingredientes da dieta do brasiliense, como tomate (28,87%), cenoura (41,98%) e cebola (8,45%) foram destaques no aumento de preços.

O café... Bem, o quesito de bebidas e infusões teve alta de 2,08%, com destaque para o custo do café moído, que teve aumento de 5,64%, apenas em janeiro, no DF. Em todo o país, o café moído teve aumento de 8,56% no primeiro mês do ano.

Vale ressaltar que o café moído acumula alta de 52,33% em 12 meses na capital federal.

No lado das quedas de preços, neste último mês destacaram-se o limão (-31,77%), a batata-inglesa (-14,17%), o leite longa vida (-1,57%) e a alface (-6,46%).

Divulgação/Notícias Agrícolas - O café moido continua sendo o vilão da inflação. Em 12 meses, registrou alta de 52,33% no DF

Dentistas e médicos mais caros

Outro grupo que puxou a inflação de Brasília para cima em janeiro foi saúde e cuidados pessoais (0,54%). As principais responsáveis por este resultado foram as altas em plano de saúde (0,56%), dentista (2,21%) e médico (2,40%).

No grupo habitação (-2,83%), a energia elétrica residencial caiu 14,37% e foi o subitem que mais puxou o IPCA de Brasília para baixo em janeiro. A queda decorre da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro.

Sobre o IPCA

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de dezembro e 29 de janeiro de 2025 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de novembro a 27 de dezembro de 2024 (base).