Por: William França

BRASILIANAS | Metrô-DF usa câmeras corporais há 3 meses. "Impressionante a redução de incidentes"

Câmeras passaram a integrar o uniforme dos agentes de segurança do Metrô-DF em julho | Foto: Divulgação/Metrô-DF

Desde o dia 1º de julho, a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) passou a utilizar, diariamente, cerca de 100 câmeras corporais no uniforme dos agentes de segurança da companhia

Na primeira avaliação pública que fez sobre o uso do novo sistema, em entrevista à "Brasilianas" semana passada, o diretor-presidente da empresa, Handerson Cabral, não escondeu sua satisfação: "Impressionante a redução de incidentes".

"Em três meses de uso, reduzimos em mais de 50% o número de denúncias de que seguranças estariam agredindo algum passageiro", disse Cabral - sem deixar de esconder o fato de ele ter decidido pelo uso obrigatório dos equipamentos pelos agentes de segurança.

Logo, ele se explica melhor: "Antigamente, quando surgia uma denúncia de agressão, apareciam dezenas de vídeos, de todos os ângulos, com três seguranças fortões segurando uma pessoa, ela no chão, imobilizada. Mas nunca tinha um vídeo que mostrava o que gerou aquele momento. Agora tem."

Segundo o presidente do Metrô-DF, muitas das ocorrências (que ele chama de incidentes) dentro dos trens ou das estações são cometidas pelas mesmas pessoas, que tentam fazer comércio ou pedir esmolas (o que é proibido). "Eles faziam um teatrão. Quando aparecia um segurança, se jogavam, gritavam. Agora eles sabem que as câmeras estão lá, ligadas, e não fazem mais isso", disse Cabral. "Faziam teatro, agora não fazem mais", reiterou.

Cabral avalia como "muito exitosos" os investimentos, de aproximadamente R$ 198 mil, feitos por meio de pregão eletrônico, na compra dos equipamentos e das centrais de gravação. "A câmera corporal é uma segurança para o passageiro e para os nossos funcionários", afirmou.

Este ano, houve 207 registros internos de ocorrências que estão relacionados a crimes e contravenções no sistema do Metrô-DF. Desses, 182 foram registrados também diretamente nas delegacias de polícia ou por meio da delegacia eletrônica (dano a bem público, furtos no sistema, pichação, auxílio público - que ocorre quando algum usuário é vítima de crime nas imediações das estações e o Metrô leva a vítima à delegacia - e desacato, por exemplo).

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Segundo os agentes, as câmeras corporais têm reduzido o número de incidentes "teatrais" | Foto: Divulgação/Metrô-DF

Sobre os equipamentos

As câmeras de corpo são utilizadas pelos cerca de 300 agentes de segurança do Metrô-DF, na parte frontal e estão visíveis a todos os usuários. Os equipamentos têm capacidade de armazenamento de 32 GB, podendo gravar por até 8 horas ininterruptas. Também têm visão noturna e função de pré-gravação, o que permite que fatos ocorridos antes do acionamento do botão de gravação sejam também armazenados.

As estações de dados permitem o gerenciamento de até 08 (oito) câmeras ao mesmo tempo. Os equipamentos possuem ainda histórico de ações (geração de arquivos de log), proteção contra o apagamento de gravações e o gerenciamento das imagens (descarregamento, armazenamento e downloads), por meio de senhas individuais, garantindo que todas as ações sejam mapeadas e atribuídas a um usuário específico.