Por: William França

BRASILIANAS | Após 98 dias sem feminicídio, o DF volta a registrar um caso. É o 6º neste ano, ainda assim, o tempo recorde sem mortes de mulheres por crime de gênero deve ser avaliado como positivo.

A vice-governadora Celina Leão, no seu Instagram, com o registro de 2 meses sem feminicídio, em abril | Foto: Arquivo Pessoal

Foram 98 dias sem que o Distrito Federal registrasse um único caso de feminicídio. Um intervalo recorde, desde que a lei nº 13.104, de 2015, tornou o feminicídio um homicídio qualificado e o colocou na lista de crimes hediondos. Esta coluna estava se preparando para registrar os 100 dias – que seriam configurados hoje –, não por ser motivo de festas, mas pelo registro de contenção eficaz de um crime que assustou a população brasiliense ano passado, quando foram registrados 33 casos e o aumento de 73,6%, se comparado com 2022.
“Não termos nenhum feminicídio no Distrito Federal em 98 dias, com certeza, reflete as ações do nosso governo nessa luta”, disse à “Brasilianas” a vice-governadora, Celina Leão (PP). “É um marco muito importante na luta contra a violência de gênero. O GDF tem tratado o enfrentamento ao feminicídio e à violência doméstica de forma prioritária”, completou Celina – que liderou a criação, ano passado, enquanto estava no exercício da governadoria, o eixo "Mulher Mais Segura - Segurança Integral", prioridade do programa “DF Mais Seguro - Segurança Integral".
Alguns números: Neste ano foram registrados 6 feminicídios, enquanto em 2023 houve 14 no período (até ontem), conforme dados do Painel de Feminicídio no DF. O Programa Viva Flor, que oferece um aparelho similar a um smartphone às mulheres em medidas protetivas de urgência, conta com 875 equipamentos.
No monitoramento das vítimas de violência, que é acompanhada pelo Poder Judiciário, o Serviço de Proteção à Mulher monitorou ano passado 1.158 casos. Em 2023 foram 33 prisões em flagrante de agressores por violação das medidas protetivas. Neste ano, a Secretaria de Segurança Pública contabiliza 10 prisões de agressores de vítimas assistidas pelos programas da pasta.
Celina Leão enfatiza que a quebra do ciclo exitoso não irá tirar o foco do trabalho feito até agora. “Nosso trabalho continua. Queremos construir um DF mais seguro e igualitário para as nossas mulheres. Nós podemos combater com educação, com informação, com o empoderamento da mulher.”
E completa: “Eu acredito na força das políticas públicas para valorizar e cuidar das mulheres. Temos vários projetos que oferecem capacitação profissional para que elas consigam sair do ciclo de violência. Ainda temos o programa “Mulher nas Cidades”, que também oferece assistência jurídica. E o projeto “Reconstruindo Sorrisos”, que devolve às mulheres vítimas de violência doméstica, sorrisos perdidos por meio de procedimentos odontológicos estéticos. E ainda a Casa da Mulher Brasileira, onde as mulheres são acolhidas e têm o apoio do governo para alcançar os seus sonhos”.

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A vice-governadora Celina Leão, no seu Instagram, com o registro de 2 meses sem feminicídio, em abril | Foto: Arquivo Pessoal


O crime que interrompeu o ciclo positivo – O feminicídio que rompeu a escalada positiva vitimou Simone Santos Ribeiro, 42, e ocorreu na casa do casal, no Itapoã, na noite dessa segunda-feira (13). Segundo a delegada-chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), Íris Helena Rosa, após cometer o crime, Maiqui Pedro dos Santos, 33 anos, telefonou para familiares dele e confessou o assassinato.
Simone havia terminado o casamento pouco antes. Maiqui foi ao Varjão, mas retornou ao apartamento dela, forçou a entrada e assassinou a mulher com um golpe de faca no pescoço, na frente da filha do casal. Após o feminicídio, Maiqui fugiu do local com a bebê – a criança havia completado um ano anteontem.
A criança foi localizada em bom estado de saúde e o agressor foi preso na tarde de ontem próximo ao Café Sem Troco, na saída do DF para Minas Gerais.


SAI A LISTA DAS VENCEDORAS DO “PRÊMIO ENGENHO MULHER 2024”

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Maestrina Rejane Pacheco | Foto: Arquivo Pessoal

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Subprocuradora Sandra Lia Simón | Foto: Arquivo Pessoal

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Empreendedora social Carmélia Teixeira | Foto: Arquivo Pessoal
 

As premiadas atuam pela redução da desigualdade e por inclusão social. São elas: a subprocuradora-geral da República, Sandra Lia Simon; a maestrina Rejane Pacheco, diretora do projeto Reciclando Sons; e a empreendedora social Carmélia Teixeira, dirigente da Creche Guerreiros do Amanhã. Elas serão distinguidas durante a cerimônia de premiação, na próxima segunda-feira (20), no Museu de Arte de Brasília (MAB).
A seleção das três vencedoras foi realizada por um júri independente, formada por 7 mulheres jornalistas: Ana Maria Campos (Correio Braziliense), Bárbara Lins (Nova Brasil FM), Basília Rodrigues (CNN Brasil), Marlene Galeazzi (Alô Brasília), Neila Medeiros (TV Record), Paola Lima (Agência Senado) e Thalyta Almeida (Band Brasília).
O “Prêmio Engenho Mulher – Reconhecimento a Quem nos Transforma” visa identificar, destacar e valorizar o trabalho de mulheres que, em geral de forma anônima, transforma o mundo ao seu redor. O prêmio é uma iniciativa coordenada pela jornalista Kátia Cubel, da Engenho Comunicação. Neste ano, será realizada com o apoio dos seguintes empreendedores: Ana Paula Ávila, diretora de criação da Confraria Studio; Dalide Correa, jurista; Lara Torres, sommelier e fundadora da Wine C; e do casal Celso e Simone Jabour, da Sweet Cake.


CRIANÇAS AUTISTAS PERDEM PLANO DE SAÚDE – O deputado Iolando (MDB) foi à tribuna do plenário da Câmara Legislativa, na sessão de ontem, reclamar do descredenciamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pelo plano de saúde Amil, no DF. “Elas estão em tratamento psiquiátrico, psicológico e neurológico. Essa interrupção é algo bastante triste e chato. A capital do País deveria ser um exemplo, mas está dando uma resposta contrária”, afirmou.
O distrital destacou que o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) já foi acionado e que cobrou esclarecimentos da Amil e, também, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Iolando conclamou, ainda, os colegas parlamentares a acompanharem o desenrolar da situação: “Peço que juntemos forças e não deixemos que essas crianças sejam abandonadas durante o tratamento”.

LEILA BARROS QUER PRESSA EM VOTAÇÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS – A presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, senadora Leila Barros (PDT), afirmou que o projeto que estabelece regras para a formulação de planos de adaptação às mudanças climáticas tem que ser votado de forma urgente. “Trata-se de uma provocação para que estados e municípios comecem a pensar nesses planos. Vamos tirar da gaveta pautas que são fundamentais e tratam com responsabilidade aquilo que o Brasil está sentindo na pele e que nossos irmãos do Sul estão agora sendo vitimados”, disse Leila.
O projeto prevê que o governo federal terá que elaborar um plano nacional de adaptação à mudança do clima em articulação com estados e municípios. Entre as diretrizes previstas no projeto, estão: “o enfrentamento dos efeitos atuais e esperados das alterações climáticas”; e “a criação de instrumentos econômicos, financeiros e socioambientais que permitam a adaptação dos sistemas naturais, humanos, produtivos e de infraestrutura”

DOCUMENTÁRIO “HOLLYWOOD NO CERRADO” SERÁ APRESENTADO HOJE, NO CINE BRASÍLIA

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Cartaz do filme "Hollywood no Cerrado | Foto: Reprodução

O filme, com direção de Armando Bulcão e Tania Montoro, traça uma nova perspectiva sobre a ocupação do Centro-Oeste do Brasil. Ao final da sessão, a pioneira Mercedes Urquiza autografa seu livro “A Nova Trilha do Jaguar. De Brasília, minhas memórias” (Ed. Tagore),
O documentário “Hollywood no Cerrado”, é narrado na forma de um almanaque audiovisual e retrata as transformações culturais, econômicas e midiáticas anteriores à transferência da capital do Brasil para Brasília. Animações e depoimentos revelam a história de vida de sertanejos, missionários, imigrantes europeus, sírio-libaneses, norte-americanos e de astros de Hollywood que desbravaram o velho Centro-Oeste em busca da terra prometida.
Mercedes Urquiza, que era amiga de Mary Martin, famosa atriz de musicais da Broadway, também está no documentário que será apresentado no Cine Brasília. Mercedes dedica a Mary Martin um capítulo desse seu segundo livro.