Por: William França

BRASILIANAS | Estudantes de Brasília homenageiam Ayrton Senna

Ayrton Senna recebeu homenagem de um grupo de estudantes do Ensino Médio em Brasília | Foto: Reprodução

ESTUDANTES DE BRASÍLIA HOMENAGEIAM AYRTON SENNA – Ontem, 1º de Maio, completaram-se 30 anos do acidente que vitimou o tricampeão mundial de F-1, Ayrton Senna. Foram milhões de brasileiros – como eu – que ficaram estarrecidos diante da TV, assistindo ao vivo a colisão fatal da Williams FW 16, no Grande Prêmio de San Marino, numa mureta de concreto.
E, nos dias seguintes, Senna recebeu as honras de herói num funeral que, literalmente, parou o Brasil. Uma cena inesquecível, que acompanhei de perto, foi o “cortejo aéreo” sobre os céus de Brasília dos caças da Força Aérea Brasileira ladeando o MD-11 da Varig, que trouxe da Itália o corpo do piloto. Um dos três caças (o que estava à frente, como se puxando o cortejo) era o Mirage III prefixo PT-AXN, que havia sido pilotado pelo próprio Senna em março de 1989 (5 anos antes de sua morte) e, que nele, havia rompido a barreira do som.
(A FAB rememora esse feito num portal: “Em um rasante, o Mirage III chegou a Mach 0.95 (1.173 km/h) – mesmo em comunicação com a equipe em solo, a velocidade surpreendeu os fotógrafos e cinegrafistas que tentavam registrar o voo. Ao contrário da maioria dos que não estão acostumados com a força G, o automobilista não demonstrava enjoo ou abatimento – falava bastante e mostrava empolgação com a experiência, inclusive recebendo o controle da aeronave, orientado pelo Comandante do Esquadrão.”)
Nas despedidas, na rampa do Palácio do Planalto estava o presidente Itamar Franco, acompanhado de autoridades dos Três Poderes. A banda do Batalhão da Guarda Presidencial entoou continuamente o “Tema da Vitória”, música de Eduardo Souto Neto que viralizou à época (vendeu milhões de compactos, em vinil), pois era utilizada pela TV Globo nas vitórias de Ayrton Senna na competição e ficou consagrada, como ele, como símbolo de heroísmo e de brasilidade.
O desfile aéreo percorreu o Eixo Monumental, lentamente (no que pode ser lento para um caça supersônico), passando por cima do Congresso Nacional e da Praça dos Três Poderes. Depois, a esquadrilha se perdeu no horizonte sobre o Lago Paranoá e seguiu para São Paulo, onde o corpo do piloto foi sepultado. Foi comovente, para dizer o mínimo.
Homenagem com ações solidárias – Agora, um grupo de 90 alunos do Ensino Médio (que, por óbvio, não teve a oportunidade de conhecer o piloto em ação) está homenageando o tricampeão mundial de F-1. Eles se autodenominaram “Equipe Senna” para participar de uma competição acadêmica neste semestre, no colégio Único Educacional, em Brasília.
“Encontramos essa maneira de resgatar a memória do piloto, seu exemplo no esporte, suas vitórias e seu legado para inspirar a todos nós, uma geração que não pôde assistir pessoalmente as conquistas do tricampeão”, conta uma das líderes da Equipe Senna, a estudante Valentina Teodoro Venâncio, que cursa o 3º ano do Ensino Médio.
Os alunos têm entre 14 e 18 anos. Entre as atividades do grupo está a mobilização de pessoas de fora da comunidade escolar para a doação de sangue ao Hemocentro de Brasília. Os jovens ainda irão realizar miniolimpíadas de matemática, física e química, irão elaborar releituras de obras de arte e entrevistar personalidades, dentre outras atividades. “Durante todo este semestre estaremos revivendo a memória de Senna dentro e fora da comunidade escolar”, complementa Valentina.
Entre os integrantes da Equipe Senna, há jovens líderes cujos pais têm destaque em distintas áreas do Distrito Federal. Valentina Teodoro Venâncio é filha da ex-administradora do Plano Piloto, Ilka Teodoro, e do empresário André Venâncio. Felipe Magalhães Paixão Côrtes é neto da ministra do TST Cristina Peduzzi. Júlia Cubel é filha do casal de empresários Kátia Cubel e Julio de La Guardia. Mateus Zarur Gonzaga é filho da cirurgiã plástica Helena Zarur e sobrinho da jornalista Márcia Zarur. Maria Luisa Peres Arruda é filha da ex-ministra Flávia Arruda e do político José Roberto Arruda.

FOGO PARA COMBATER FOGO – Com a aproximação da seca no DF, que deve atingir seu pico em julho e agosto, começam as preocupações dos órgãos ambientais para evitar (ou reduzir) as queimadas do Cerrado. Uma das técnicas que estão sendo empregadas, desde já, é a da queima controlada.
As ações de manejo do fogo, chamada tecnicamente de “queima prescrita”, começaram pela Estação Ecológica Água Emendadas (Esecae), em Planaltina. Embora a princípio possa parecer contraditório, é importante ressaltar que essa é uma técnica cada vez mais utilizada no DF e em outros biomas suscetíveis ao fogo, como o Pantanal.
Durante a ação foram queimados 70 hectares – equivalente a mais de 70 campos de futebol – o que corresponde a 0,5% da área total da Esecae, que é de 10 mil hectares. O objetivo foi o de reduzir a matéria orgânica acumulada, originada de vegetação exótica (que não faz parte do bioma do Cerrado), como o capim braquiária plantado na região antes de ela se tornar área de preservação.
Com isso, quando a estiagem chegar, os riscos de incêndios florestais de grandes proporções são minimizados. Esse manejo do fogo é realizado no local uma vez por ano desde 2017, e nesta ação participaram 40 profissionais.

ATENDIMENTO ÀS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA, AGORA É LEI

Macaque in the trees
Deputado distrital Gabriel Magno, autor da emenda 130 | Foto: Divulgação

Entrou em vigor, esta semana, nova norma na Lei Orgânica do DF que determina ao Sistema Único de Saúde, na Capital Federal, a garantia de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica, com a devida atenção e acompanhamento psicológico e, se for o caso, de cirurgias plásticas reparadoras necessárias.
Para dar a dimensão da nova medida: a Lei Orgânica é “nossa Lei-Maior", e funciona como a Constituição Federal – porém, apenas no âmbito do DF. A nova regra é fruto da emenda 130, de autoria do deputado distrital Gabriel Magno (PT).
Pela emenda proposta, a Lei Orgânica foi acrescida de mais um inciso em seu artigo 207, que estabelece as competências do SUS no DF. O inciso XXVI determina que, a partir de agora, cabe ao sistema público de saúde “organizar atendimento específico e especializado para mulheres vítimas de violência doméstica em geral” e traz um rol exemplificativo das obrigações, deixando claro que se trata de aplicações mínimas da atenção às cidadãs brasilienses.
O distrital explica que a medida é necessária face ao crescente número de casos de covardes ataques às mulheres. “Infelizmente, os índices de violência contra a mulher continuam em alta no DF. Temos lutado constantemente no combate à violência, em especial aquela realizada contra a mulher. Por isso, a aprovação da emenda significa um grande passo para que mais políticas públicas como essa sejam implementadas em favor da nossa sociedade", disse Gabriel Magno – que atualmente preside a Comissão de Educação, Saúde e Cultura da CLDF.
Além do petista, a proposta foi endossada pelos distritais Ricardo Vale (PT), Chico Vigilante (PT), Wellington Luiz (MDB), Dayse Amarílio (PSB), Fábio Felix (Psol), Max Maciel (Psol) e Martins Machado (Republicanos).
A proposta foi analisada por comissão especial e aprovada em primeiro turno dia 12 de março, quando recebeu 16 votos favoráveis (são 24 os deputados distritais). No segundo turno, em 23 de abril, recebeu 18 votos. Por fim, a Emenda à Lei Orgânica foi promulgada pela Câmara Legislativa no último dia 25 de abril e passou a vigorar com a publicação no Diário Oficial do DF, no último dia 29.

MOVIMENTO MAIO AMARELO – Buscando a redução no número de acidentes e à segurança no trânsito, começa hoje um conjunto de ações integradas promovidas pela Secretaria de Segurança, envolvendo PMDF, Bombeiros, Polícia Civil, Detran-DF e DER-DF.
Durante o mês de maio, serão feitas ações coordenadas com o mote: “Paz no trânsito começa por você”. A ideia é que a sociedade possa refletir sobre atitudes de paz no cotidiano enquanto pedestre, ciclista, motociclista, condutor ou usuário do transporte público.
O evento de abertura será realizado das 14h30 às 19h, no estacionamento da Arena BRB Nilson Nelson. Nele, serão realizadas exposições de viaturas e de equipamentos, além de atividades lúdicas para crianças das escolas de gestão compartilhada. Ao cair da tarde, a iluminação externa da Arena BRB Mané Garricha será alterada para a cor amarela, marcando assim o início das atividades.

PARA FINALIZAR...

ENCONTRO DE CARRINHOS DE ROLIMÃ

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Encontro de carrinhos de rolimã realizado na capital | Foto: Divulgação

O 5º Encontro de Carrinhos de Rolimã aconteceu ontem, no Parque Vivencial do Paranoá. Foi uma oportunidade para quem quis “voltar a ser criança”, porque envolveu desde corridas “ladeira abaixo”, até performances com carrinhos customizados. O evento este ano fez ainda um tributo a Ayrton Senna.
Embora seja uma atividade em que não se exija habilitação para a condução dos veículos, o Detran-DF aproveitou a oportunidade e, por meio da Diretoria de Educação de Trânsito, fez palestras, apresentação teatral e interação com o personagem “Segurito e sua Turma”, para orientar o público sobre os procedimentos de segurança de pedestres, ciclistas e passageiros na sua circulação diária, com foco no tema do movimento Maio Amarelo.
O encontro é uma realização do Grêmio Recreativo Os Rolimistas do Paranoá-DF. Segundo a entidade, participaram mais de 4.000 “rolimeiros”. O evento também contou com uma oficina para a manutenção dos carrinhos.


William França | [email protected]