Por: William França

BRASILIANAS | Arquidiocese de Brasília lança campanha para captação de parcerias para reforma da Catedral

Imagens da reforma anterior da Catedral, em 2012 | Foto: Reprodução/Lucas Nanini/G1

CATEDRAL PLEITEIA NOVA REFORMA – Na onda das reformas que estão tomando conta da Esplanada dos Ministérios, agora chegou a vez de a Catedral Metropolitana pleitear a sua. Orçada em R$ 50 milhões, segundo a Arquidiocese de Brasília, ela aconteceria para corrigir problemas "da própria ação do tempo", segundo o pároco Agenor Vieira de Brito.
Na noite de quarta-feira, o cardeal-arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, lançou a campanha de captação de parceiros para custear a reforma. A Catedral é um monumento religioso, mas também arquitetônico, cultural. Que esteja bonita e responda à sua vocação", disse o religioso. A ideia é que as obras aconteçam gradativamente, até 2030, quando a igreja completará 60 anos.
A última grande reforma aconteceu em 2012, durou três anos e custou cerca de R$ 20 milhões. Naquela época, foi feita a pintura de toda a igreja, a recuperação das quatro estátuas dos Evangelistas, a reconstrução do espelho d'água e a troca de vitrais. Este, aliás, era o grande problema: por conta da irregularidade dos vitrais artesanais da artista francesa/pernambucana Marianne Peretti, havia várias goteiras em toda a igreja.
Em tempo: Ontem fez dois anos que a artista morreu, aos 94 anos, em Recife. Marianne é autora de inúmeros painéis e vitrais, espalhados por toda a cidade. Além da Catedral, ela assina obras no Panteão da Pátria, no Palácio do Jaburu, no Superior Tribunal de Justiça, na Câmara dos Deputados e no Memorial JK.
Voltando à história da reforma da Catedral... Para corrigir aqueles problemas de vazamento, novos vitrais foram fabricados industrialmente, por uma empresa alemã, com tecnologia que garantiu a uniformidade na espessura de cada peça, sem perder a variedade das tonalidades criadas originalmente pela artista.

Novos pedidos
Agora, a lista da reforma contempla outros itens: pintar novamente a Catedral, restaurar um sino (atingido por um raio), refazer as juntas dos vidros, corrigir os vazamentos no espelho d'água (que, aliás, está muito sujo e com lodo), melhorar a iluminação externa (possibilitando a troca de cores das luzes, para datas festivas) e criar um ponto de atendimento ao turista. A igreja quer ainda promover a visita guiada por meio de aplicativo. Os recursos para isso viriam por meio de parceria de empresas pela Lei Rouanet.
Na proposta apresentada pelo cardeal-arcebispo, existe a ideia de um museu de formato redondo (a ser edificado entre a igreja e a sede da Cúria Metropolitana) e de uma cobertura padronizada (uma tenda branca contínua) para as barracas que vendem flores do cerrado, em frente à igreja. Desde já o novo projeto começa a levantar polêmica, pois a Catedral é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Com a palavra, o Iphan-DF.
Projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a Catedral foi o primeiro monumento a ser criado em Brasília. Sua pedra fundamental foi lançada em 12 de setembro de 1958, mas apenas no dia 31 de maio de 1970 ela foi inaugurada de fato. Nesta data, vidros externos eram transparentes. Os vitrais coloridos foram instalados apenas em 1990.

Macaque in the trees
Em 2018, Arruma e Perillo articularam a candidatura de Flávia no DF | Foto: Divulgação


PERILLO, CONSTRANGIDO, IGNORA ARRUDA - O ex-governador de Goiás e atual presidente Nacional do PSDB, Marconi Perillo, procurou em Brasília o ex-senador Gim Argello (que foi preso envolvido na Operação Lava-Jato) e a ex-governadora Maria de Lourdes Abadia (que desde 2022 está no União Brasil) para tentar ressuscitar o PSDB no DF. Com a saída do senador Izalci Lucas da legenda, há um mês, não há nenhum político de peso para sustentar a legenda na cidade.
Houve quem considerasse a possibilidade de o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) ocupar o ninho tucano, ora vazio. Mas não prosperou nem a tentativa de conversa. Esta coluna apurou que Perillo teria ficado "constrangido" em procurar o antigo aliado. É que o presidente do PSDB trabalha no Banco Master, cujo sócio, Augusto Lima, é o atual marido de Flávia Arruda – ex-deputada federal e ex-mulher de Arruda.
(Em 2018, Arruda buscou ajuda de Perillo, e conseguiu, para viabilizar a candidatura de Flávia para deputada federal. Arruda e Perillo foram governadores – DF e Goiás – em períodos coincidentes e tiveram interesses comuns na região do Entorno, e em planos de "voos" mais altos, de ambos.)
Além disso, ressoou ainda uma mágoa, quando Arruda apoiou Ronaldo Caiado para o governo de Goiás, em detrimento à tentativa de Marconi de reconquistar o Palácio Anhanguera. Assim, Arruda segue sem partido e o tucanato brasiliense continua sem orientação...

ABRIGO PÚBLICO PARA PETS – O DF está um passo mais próximo de ter um abrigo público para abrigar cães e gatos vítimas de maus-tratos ou abandono. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa aprovou, por unanimidade, projeto do deputado Daniel Donizet (MDB), que estabelece diretrizes para a criação de um abrigo público no DF.
Os números são alarmantes. Levantamento divulgado na semana passada pela Confederação Brasileira de Proteção Animal estima que exista quase 1 milhão e 700 mil cães e gatos soltos nas ruas do DF. Especialistas dizem que esse elevado número de animais abandonados deve-se à falta de um programa de castração e de atendimento veterinário de urgência. No caso dos cães, a fêmea dá à luz a até sete filhotes, a cada seis meses, enquanto as gatas procriam o dobro.
O deputado Daniel Donizet – que é da base do governo – afirma que a Terracap já estaria em busca de um terreno adequado para a construção do abrigo e que recebeu do governador Ibaneis Rocha o compromisso de o GDF edificar a obra. "Vou destinar recursos para que o projeto saia do papel o mais breve possível", afirmou.
O distrital, que tem como principal pauta a defesa dos animais, tem 4 leis aprovadas sobre a temática, entre elas a lei 7001/2021 (que estabelece a Política de Castração de Cães e Gatos) e a lei 6942/2021 (que institui o selo "Livre de Crueldade" como forma de certificação oficial dos produtos e marcas que não realizem testes em animais, no DF).

Macaque in the trees
Casal celebra a união, na penúltima edição do casamento comunitário em 2023 | Foto: Jhonatan Vieira/Sejus


SIM, NA ALEGRIA E NA TRISTEZA – 50 casais que vão selar o matrimônio durante o primeiro Casamento Comunitário de 2024 participaram, ontem, do ensaio pré-nupcial. A reunião aconteceu no Museu Nacional da República. A cerimônia conjunta está marcada para o próximo domingo (28), às 17h30, no Pontão do Lago Sul.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, afirma que o procedimento é importante por integrar os protocolos tradicionais do casamento. "A grande emoção começou desde a prova do vestido, no início do mês. A cada dia que vai se aproximando da grande data, os casais ficam mais ansiosos, mas com a certeza de que vai ser um dia inesquecível", disse a secretária.
O programa Casamento Comunitário teve início em 2020 e, até o momento, foram realizadas 8 edições, com mais de 300 casais beneficiados. Na edição mais recente, ocorrida em dezembro de 2023, 51 noivos se casaram à beira do Lago Paranoá. Os casais são moradores do DF e têm a oportunidade de oficializar a união gratuitamente. A Sejus subsidia toda a solenidade e arca com custos relacionados a taxas de cartório, produção do casal (roupa e maquiagem) e buquês. Para cada edição, a pasta sela parcerias com a sociedade civil e a iniciativa privada.

PARA FINALIZAR...

O SALÃO DO ARTESANATO VEM AÍ – No próximo mês, entre os dias 8 e 12 de maio, acontecerá a 17ª edição do Salão do Artesanato de Brasília. Este ano, a campanha tem como slogan: "Artesanato, a mãe de todas as artes". A organizadora da mostra, Rome Eventos, conta com recursos do Programa do Artesanato Brasileiro. Está prevista a participação de artesãos de 23 Estados, além dos artistas locais. O evento acontece no Pátio Brasil Shopping e tem promoção da Conteúdo Comunicação.

 

William França | [email protected]