Por: William França

BRASILIANAS | Governador Ibaneis Rocha (MDB) no senado em 2026? Está muito cedo para essa resposta, porque até lá, muita coisa vai acontecer. Ou não.

Governador Ibaneis Rocha no Senado em 2026? | Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Uma velha raposa política, daquelas que observa atentamente a política do DF e que convive com ela há décadas, disse a esta coluna – sem muitos rodeios: projeções políticas faltando quase 3 anos para as eleições "são inúteis". A análise levou como ponto de partida o anúncio do governador Ibaneis Rocha (MDB) de ser candidato ao Senado em 2026, deixando o legado do GDF para a vice-governadora Celina Leão (PP), nos últimos 9 meses deste mandato.
"Não tem análise política que resista por tanto tempo. Daqui até as eleições, muita gente morre (politicamente ou não). Muitos candidatos vão se envolver ou serem envolvidos em problemas, dos mais diversos", disse o analista. "Vai ter traição e vai ter separação (política ou não). Além disso, poucos são os que ocupam cargos púbicos que resistem e sobrevivem a uma operação policial de busca e apreensão com fins, muitas vezes, apenas de desgaste da imagem", completou.
Diante desse raciocínio, em vez de especular como será 2026, "Brasilianas" fará uma leitura do atual momento, como se fosse uma fotografia de agora. Assim, se as eleições acontecessem este ano, Ibaneis estaria na disputa de 1 das 2 vagas ao Senado pelo DF. Assim, Celina Leão estaria no comando do governo local e, de acordo com as atuais regras eleitorais, poderia tentar uma reeleição para mais um mandato.
"A Celina, hoje, teria 80% de chances de ser eleita ainda num primeiro turno", afirma a "raposa política". Mas, e outros candidatos, que já demonstraram interesse no Palácio do Buriti, como o senador Izalci Lucas (recém filiado ao PL)? Ele entraria nessa disputa? O cenário mais plausível para ele, hoje, é de sequer tentar a renovação para o Senado. Pessoas próximas ao senador indicam o desejo dele é de se tornar conselheiro do Tribunal de Contas do DF – numa saída estratégica do cotidiano político, mas com status.
Sobre a outra senadora que teria de renovar o mandato, Leila Barros (PDT), estima-se que vá tentar uma vaga de distrital ou mesmo de federal, como puxadora de votos. Ela preside o partido no DF e tem como meta reforçar a legenda. Assim, sem Izalci e Leila na disputa, o caminho para a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro (PL) parece livre. O nome dela é citado por todos aqueles que especulam o cenário para as próximas eleições – e dada a força do bolsonarismo no DF, sua candidatura parece natural.

Outros interessados – Mas (sempre há um "mas"), a deputada federal Bia Kicis (PL), a mais votada nas últimas eleições para a Câmara Federal, também quer a vaga do Senado – já mirando o GDF em 2030, após o eventual governo de Celina Leão. Daí o cenário embolaria e poderia prejudicar a campanha de Ibaneis. Ambas têm apoio declarado da senadora Damares Alves (Republicanos) – o que deixaria o atual governador sem o apoio da direita no DF.
E os outros sempre candidatos? Bem, no momento, a esquerda ainda não tem nome no jogo. Não há consenso no PT e nos partidos coligados quanto a um candidato. O distrital Gabriel Magno (PT), atual presidente da Comissão de Educação e de Saúde da Câmara Legislativa, tem dito que poderia concorrer ao GDF. O distrital Chico Vigilante (PT) é outro nome cogitado, mas sem empolgação.
O atual presidente do Iphan, Leandro Grass (PV), não deu sinais de que vai tentar outra vez a candidatura ao GDF. E os eternos candidatos Paulo Octávio (PSD), Tadeu Filippelli (MDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB), também não. Parte desse grupo vai se reorganizar a partir do apoio do ex-governador José Roberto Arruda, que (por ora) está inelegível, mas que continua em plena campanha. Não se sabe para que, nem quando. Mas ele continua ativo, muito ativo, sobretudo nas redes sociais (que aprendeu a usar recentemente).

Macaque in the trees
Alok arrastou multidão para a Esplanada dos Ministérios | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

FESTA SEM INCIDENTES – O GDF está comemorando o fato de os festejos do aniversário de 64 anos da Capital Federal terem acontecido sem o registro de nenhum caso grave. Segundo o balanço do governo, cerca de 1,1 milhão de pessoas passaram pelos festejos na área central de Brasília, durante os 4 dias de eventos. O Centro Integrado de Operações de Brasília usou drones e câmeras de videomonitoramento.
Alguns números do evento: 16,5 mil pessoas usaram ônibus após o show de Alok, na madrugada de domingo. O Serviço de Limpeza Urbana recolheu 7,7 toneladas de resíduos na Esplanada e na Torre de TV. Foram registradas 138 ocorrências entre sexta (19) e domingo (21) sendo que 120 foram furtos, sendo 83 de celulares. Houve 4 furtos de veículos e 6 a pedestres. Foram registrados também 5 roubos. A PM registrou 6 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs), sendo 3 deles por uso e porte de substância entorpecente e outros 3 por porte de arma branca. O único registro realmente negativo foi o esfaqueamento de uma pessoa em situação de rua, na região da Esplanada – que aparentemente não teve relação com a festa.

MULHERES EMPODERADAS – Será no mês que vem a entrega do "Prêmio Engenho Mulher 2024". Organizado pela jornalista Kátia Cubel, da Engenho Comunicação, o prêmio foi criado para valorizar a equidade de gênero, o empoderamento feminino e a contribuição da mulher à sociedade por meio do reconhecimento de representantes que, profissionalmente, transformam o mundo ao seu redor.
Na primeira edição, em 2023, duas mulheres foram premiadas: a oncologista Ísis Magalhães, diretora do Hospital da Criança José Alencar; e a deputada Doutora Jane, que atuou como delegada da Polícia Civil no combate à violência de gênero. Nesta edição, haverá até três vencedoras, a serem indicadas e escolhidas por um júri de mulheres jornalistas. A festa será no Museu de Arte de Brasília (MAB).

Macaque in the trees
Flamboyant do TJDFT | Foto: TJDFT

FLAMBOYANT DO TRIBUNAL – A árvore frondosa e de flores alaranjadas que durante décadas ornou a fachada do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, às margens do Eixo Monumental, agora está imortalizada. O pintor Rafael Cerqueira doou ao espaço o quadro "Flamboyant do TJDFT", uma tela de 110 x 80 cm, na técnica acrílico sobre tela. A árvore tombou em setembro de 2021 após uma luta contra fungos em seu tronco.
A tela ficará exposta no Memorial do TJDFT – Espaço Desembargadora Lila Pimenta Duarte, que fica no 10º andar do Bloca A do Fórum de Brasília e abre para visitação de segunda a sexta-feira, das 12h às 19h.

BRASÍLIA INSTRUMENTAL – Começou no último domingo (21) o programa "Brasília Instrumental", série de pocket shows que apresentará, a cada edição, músicos do DF em performances exclusivas. A exibição é da TV Câmara Distrital. A estreia foi com o Duo Mandrágora, que trouxe, como convidada especial, a percussionista Bety Vinyl.
O programa vai ao ar sempre às 21h30 de domingo e, a cada semana, será lançado um novo episódio, com duração de 30 minutos. Depois do Duo Mandrágora, será a vez do teclado de José Cabrera e do contrabaixo de Paulo Dantas (28/4); de Oswaldo Amorim e Paulo André Tavares (5/5), contrabaixo e guitarra, respectivamente; Félix Junior, com seu violão 7 cordas (12/5); da gaita de Pablo Fagundes e do violão de Marcus Moraes (19/5); e da apresentação de Reco do Bandolim acompanhado do Grupo Choro Livre (26/5).
No programa de estreia, os violonistas Daniel Sarkis e Jorge Brasil do Duo Mandrágora ressaltaram a trajetória de mais de duas décadas de estrada, com temporadas em cidades brasileiras e em outros países. Na estreia do "Brasília Instrumental", os músicos apresentaram composições autorais: "Sideral" (Brasil); "Paralelo 31" (Sarkis e Brasil); "Espiral" (Sarkis e Brasil), além de "Pega mata e come", também da dupla.
A TV Câmara Distrital é acessada pelo canal 9.3 (aberto), 11 da NET/Claro e 9 da Vivo. Também está disponível no YouTube.

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO - A Secretaria de Economia do DF promove na próxima terça-feira (30), às 15h, audiência pública online para debater o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2025. A reunião será transmitida ao vivo pelo canal da pasta no YouTube.
Técnicos da secretaria vão explicar como o texto da futura lei foi construído, além de detalhar os prazos previstos e a finalidade da legislação para apontar as prioridades do GDF. "A participação dos cidadãos é fundamental para ampliarmos a visão das necessidades da nossa cidade", afirma o secretário de Economia, Ney Ferraz.

PARA FINALIZAR...

CINE BRASÍLIA (QUASE) SOB NOVA DIREÇÃO - A Box Companhia de Arte foi a vencedora e continuará à frente da gestão compartilhada do Cine Brasília. O resultado foi divulgado com a reabertura da sala, na segunda (22), quando o espaço completou 64 anos. A sala de cinema pioneira passou por uma reforma que durou 2 meses e custou R$ 1,5 milhão.
O termo de cooperação terá duração de 36 meses e R$ 6 milhões em investimento. O novo contrato prevê exibições de produções de fora do mainstream e a promoção de atividades culturais diversas no equipamento público. "A instituição segue o edital que nós colocamos de manter as características do Cine Brasília como um espaço diverso para difusão do audiovisual do DF e para debates, com entrada social", comentou o secretário de Cultura e Economia Criativa. Claudio Abrantes.