Por: Aristóteles Drummond

Madonna e a politicagem barata

Show da Madonna | Foto: Governo do Rio

Para quem conheça o mínimo de gestão pública é revoltante a má-fé, a torpeza e a desonestidade dos homens públicos, com mandato ou não, que criticaram o prefeito Eduardo Paes pelos modestos dez milhões de reais com que a Prefeitura participou do bloco de patrocinadores do megashow de Madonna.


Tanto quanto ou mais dos resultados práticos em termos econômicos, com a circulação de dinheiro na economia carioca, estimados em 30 vezes do valor do patrocínio, foi a divulgação da cidade no mundo inteiro.

Espetáculo que reuniu multidão, sem nenhum problema na segurança e no transporte, em momento delicado que a cidade vive, merece todos os louvores e zero crítica. O turismo e a restauração são grandes empregadores na cidade. O espetáculo certamente deu oxigênio a empresas em dificuldades e, portanto, ainda pode ter salvado muitos empregos.

Desserve à democracia a baixaria dos demagogos, que revelam a triste realidade da pobreza na qualidade de nossos políticos neste momento. Não foram manifestações de inspiração política apenas, estando num ano eleitoral. Foram atos indignos, mesquinhos, que devem ser observados pelo eleitor em outubro. Não atingiram o prefeito, mas sim a população que vibrou com a demonstração de que a cidade sobrevive e reage aos problemas. Merece ser anotado o nome dos indignos de exercerem e pleitearem mandatos na cidade.

Impressiona como a torpeza que mina o interesse público encontre acolhida em algumas mídias, circule nas redes sociais e por vezes cheguem ao Judiciário para dificultar projetos de evidente relevância para a cidade.

Acima de preferências políticas ou pessoais, urge uma reação da sociedade a esta mentalidade predatória, indigna, que agrava dificuldades vividas pela população mais carente.

Um dos ordinários exploradores de ressentimentos chegou à canalhice de sugerir que os dez milhões seriam mais bem aplicados na saúde e na educação. Desonesto e demagogo, ignora que os dez milhões foram multiplicados por 30 para serem aplicados em benefícios para a população.

Muito triste assistir a isso tudo. Mas silenciar seria ser cúmplice de um tipo de militância que apequena a democracia e a cidade.

Não gostar da cantora, seu estilo e discurso, é um direito de todos. Podem não gostar do Prefeito. Mas prejudicar a cidade é inadmissível, condenável, lamentável!