Por: Aristóteles Drummond

Osório: Um Príncipe Vascaíno

Osório foi dirigente do Vasco e do COB | Foto: George Gianni

Carlos Roberto Osório acaba de publicar uma narrativa de seu amor e dedicação ao Vasco da Gama, uma prestação de contas de seu mandato de vice-presidente de Jorge Salgado, que vem de terminar.

Um gigante de idealismo, dedicação, espírito público, elegância ao serviço do clube, que é uma instituição da cidade e singular elo entre os brasileiros de todas as origens e as raízes portuguesas que carrega no nome. Osório é da quarta geração de vascaínos e, na brava luta para superar inacreditável erro jurídico que fechou arbitrariamente o Estádio de São Januário, não faltaram manifestações de solidariedade das forças vivas da sociedade, incluindo visita da embaixadora Gabriela Albergaria, consulesa de Portugal, e mensagem do próprio presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. Nos mais de cem anos do clube, muitas foram as lutas nobres dentro e fora dos campos esportivos, com as quais o autor do livro se identifica plenamente.

O trabalho serve de reflexão para todos no que toca a importância dos clubes e do futebol, em particular, na alegria e devoção popular, em povo tão sofredor e carente de realizações. Comove a integração com a numerosa comunidade no entorno de seu histórico estádio, palco de esportes e de civismo, pois era ali que o presidente Getúlio Vargas comemorava o 1º de maio todos os anos. E às autoridades, a narrativa impõe o exame de uma definição juridicamente perfeita de que o Estádio Mário Filho, o nosso Maracanã, seja de todos e para todos.

Neste Brasil que vive deprimido com a advertência de Oswaldo Aranha, de que somos um deserto de homens e ideias, é animador ver este jovem desprendido abraçar causas relevantes, dando e não recebendo, preocupado em honrar o legado de seus maiores na vida associativa, como na postura correta em relação a tudo na vida. Faz parte de uma reserva que mantém acesa a chama da esperança e de que no fim vence o melhor e o mais justo. As digitais de Carlos Roberto Osório estão na sua passagem na Assembleia do Rio, nos cargos exercidos na Prefeitura e no Estado, na articulação dos jogos panamericanos, das Olimpíadas, dos jogos paraolímpicos. Um craque integral.

A bonita narrativa é de circulação restrita, mas certamente irá para a Internet para leitura não apenas de vascaínos, e sim de todos que buscam um futuro para toda sociedade sem arbitrariedades como a que fechou por mais de dois meses o histórico São Januário.