Por: Aristóteles Drummond

Roberto Campos imortal

Roberto Campos discursa na Assembleia Nacional Constituinte. | Foto: Acervo Câmara dos Deputados

Na semana passada, a Câmara dos Deputados teve uma sessão especial em homenagem a Roberto Campos, que, vivo, teria completado 106 anos em abril.

A importância de Roberto Campos no pensamento liberal-progressista no Brasil é fundamental. E coube a ele em sua pregação, obras e trabalho legislativo, despertar o sentimento de defesa do progresso com liberdade e justiça social, que defendeu ao longo de rica carreira. Diplomata, economista, formulador do plano de metas de JK, inspirador e fundador do BNDE, com Vargas e JK, o embaixador nos EUA em momento delicado de nossa economia no governo Goulart e das relações com aquele país, aliado de sempre do Brasil.

No governo Castelo Branco, fez a ampla reforma administrativa com o decreto-lei 200, criou o Banco Central e o Banco Nacional da Habitação, o FGTS. Dominou uma inflação galopante herdada do governo Goulart e recuperou o crédito do país. Membro do Conselho de Segurança Nacional votou contra, único voto, a cassação de JK.

A iniciativa foi de um jovem deputado do Sergipe, Rodrigo Valadares, defensor da livre empresa, inspirado na obra de Campos. E teve como oradores Roberto Campos Neto e o deputado Julio Lopes, do Rio, que foi companheiro de partido de Roberto Campos, herdou seu número 1111 e seus ideais liberais.

Campos, foi senador pelo Mato Grosso e teve dois mandatos de deputado federal pelo Rio de Janeiro. Na Constituinte, apresentou quase 200 emendas e tudo fez para evitar a atual Carta fora da realidade. Em 93, ajudou a derrubar algumas aberrações daquele momento infeliz de nossa política. A Constituição Cidadã, nas palavras dos demagogos da época, é das mais detalhistas do mundo, fora da realidade dos tempos modernos que iriam aflorar um ano depois na queda do muro.

Naquela Constituinte, nomes de grande repercussão na época, endeusados pelas esquerdas, sumiram na memória do Brasil. Sorte de muitos deles, pois seriam lembrados pela colaboração ao atraso e não pela visão à frente de seu tempo, como foi o caso do imortal Roberto Campos e é justo lembrar o bom senso de respeitados parlamentares que evitaram o pior, como Bernardo Cabral, Roberto Cardoso Alves, Antonio Carlos Konder Reis, Milton Reis e Nelson Jobin, que Roberto sempre lembrava. Uma nova geração de economistas, como Paulo Guedes, tem defendido com sucesso suas ideias.

 

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