Por: Aristóteles Drummond

Rio de histórias e lutas

Prédios históricos na região da Cinelândia, no centro do Rio. | Foto: Paulo JC Nogueira/Panoramio/Wikimedia Commons

A recuperação do Rio de Janeiro, capital e estado, trabalho que une a prefeitura e o governo estadual, tem base em forças da vida local, com raízes na tradição e na qualidade. O Rio, em meio a crises conjunturais, entretanto, vem crescendo, ganhando musculatura não apenas na economia, turbinada pelo petróleo e gás, mas em outras atividades com história no país.

A saúde privada, que o Rio foi referência nacional até os anos 1970, voltou a ser dotado de hospitais relevantes, que nada ficam a dever aos quatro grandes de São Paulo e aos emblemáticos de Belo Horizonte, da rede Mater Dei, ou o Moinho dos Ventos, de Porto Alegre. Na reabilitação, a ABBR não fica nada a dever aos que lhe seguiram no setor em São Paulo e em Brasília, onde o Sarah Kubitschek é referência. Os grandes nomes da medicina continuam presentes onde é a sede da emblemática Academia Nacional de Medicina.

Tendo o turismo como marca da cidade, maior cartão postal do país, a hotelaria de alto nível deixou de depender do histórico Copacabana Palace, para acrescentar o Fairmont, o Fasano e o Emiliano. E uma rede média da qualidade do Grupo Windsor, com a maior oferta de leitos do município. Nas cidades praianas e região serrana, são as pousadas que atraem visitantes de outros estados e países pela qualidade da hospedagem e restauração. O Rio tem tradição na gastronomia, com as casas novas de alta qualidade, sem perder tradição daquelas com décadas de sucesso como Margutta, nos estrelados, Jobi, na terceira geração do boteco, Garden, o primeiro de bairro em Ipanema, e os do centro, como Casa Urich, Colombo, Manon, Rio Minho, Nova Capela e Brasil - na Lapa - e outros.

O comércio, apesar da padronização nacional e mundial pelos shoppings, mantém uma rede de lojas locais de qualidade, desde as Casas Pedro, nos alimentos, ao Otto, de moda masculina, nos tecidos sobrevivem estabelecimentos com a história do Miro, Nuance, Simão e Chamma. A maior exibidora de cinema do Brasil é a carioca Severiano Ribeiro, com a terceira geração à frente do negócio, de Luiz Severiano Ribeiro, a Luiz Severiano Filho e agora Luis Severiano Ribeiro Neto.

Na mídia, mantemos a relevância nacional, com o nosso Correio da Manhã, com edição nacional impressa em Brasília, O Dia, fundado por Chagas Freitas e Adhemar de Barros, em 1950, e O Globo, sucesso empresarial de Roberto Marinho.

São empresários sucessores de empreendedores na maioria dos casos. Esta sociedade é que está sendo convocada a esse esforço, que pede apenas aos governantes que completem a vontade política de salvar a cidade e ao estado, a coragem de abordar pontos delicados que exigem uso da autoridade e da lei, como na segurança pública e na questão da população de rua, prioridades óbvias.

 

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