Por: Aristóteles Drummond

Ocupação do Centro do Rio e o Aeroporto

O esforço da sociedade, governos municipal, estadual e empresariado, na recuperação do centro histórico, apresenta alguns equívocos preocupantes.

A ideia de facilitar habitações na área é saudável e compatível com o que ocorre com todo mundo. Mas não em habitações de baixa qualidade, que podem provocar em médio prazo efeito contrário. Vide a felizmente abortada aventura demagógica da Cruzada São Sebastião, no Leblon.  que não prosperou .O local merece ser visitado e o distrito policial nas imediações, consultado sobre a realidade dramática.

A deterioração da área é fruto da queda da atividade econômica, que vinha cambaleante e foi derrubada com a pandemia e a crise. O setor público local tem feito sua parte no geral, estando a prefeitura, como o estado, vivendo um momento de ordem nas contas e investimentos positivos. Mas o incentivo a recuperar o centro, com formidável infraestrutura e conexões, passa pela geração de atividades econômicas compatíveis com as vocações tradicionais da cidade, como cultura, turismo, mercado financeiro e centro de estudos. E, a população de rua que é um escândalo.

A classe política tem o desafio de recuperar aquela que foi, talvez, a maior oportunidade perdida por uma unidade da federação, que foi o catastrófico governo Bolsonaro. Apesar de bons feitos a nível nacional, o presidente nada fez pela cidade e Estado que lhe deram mandatos, assim como a dois de seus filhos, ambos cúmplices desta omissão inexplicável.

Bolsonaro deixou a capital sitiada nos acessos rodoviários, não resolvendo questões pontuais de pequena monta, como a subida da serra de Petrópolis, a descida da Dutra, na serra das Araras, o arco metropolitano inacabado, assim como o Comperj e o não enquadramento da CSN em suas responsabilidades ambientais e junto ao município que a sedia, além de ter sido esvaziada nas atividades não operacionais. A sede administrativa da CSN sempre foi no Rio. Hoje nem uma sala.

A solução da transferência de voos do Santos Dumont para o Antonio Carlos Jobim seria mais razoável se fosse aplicada a fórmula do senador Carlos Portinho de limitar o número de passageiros por ano e deixar a questão das rotas a cargo das empresas, apenas condicionando a ligação de Congonhas com o Tom Jobim, em pelo menos meia dúzia de frequências diárias e a efetiva melhoria dos acessos. Um dos motivos do abandono do Galeão pelo usuário se relaciona com a segurança na Linha Vermelha e aos congestionamentos durante todo o dia, seja numa direção ou na outra. Melhorar acessos é fundamental. O Prefeito já executou obras ousadas na área, podendo promover mais uma.

Simples, com vontade política dos envolvidos.

 

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