Morre Luís Fernando Veríssimo: despedida do autor tem velório aberto ao público

Escritor faleceu neste sábado em Porto Alegre. Com mais de 80 livros publicados, ele deixa uma obra vasta e diversa que marcou a literatura brasileira

Por Eline Sandes - BSB

Luís Fernando Veríssimo

O escritor, cronista e humorista Luiz Fernando Veríssimo morreu na madrugada deste sábado (30), em Porto Alegre (RS), aos 88 anos. Internado há cerca de três semanas no Hospital Moinhos de Vento, o autor deixou uma obra vasta e diversa, marcada pelo humor refinado, pela crítica social e pela capacidade de traduzir o cotidiano brasileiro em textos breves e memoráveis.

O velório ocorreu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, com acesso aberto ao público. Admiradores, amigos e familiares compareceram para prestar as últimas homenagens ao escritor, que ao longo de décadas conquistou leitores em jornais como Zero Hora, O Estado de S. Paulo e O Globo.

Homenagens 

A morte de Veríssimo gerou comoção nacional e motivou manifestações de políticos, escritores e instituições como a Academia Brasileira de Letras (ABL). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância do autor para a defesa da democracia, lembrando seu papel durante a ditadura e seu humor como forma de resistência. 

"Luis Fernando Veríssimo, um dos maiores nomes de nossa literatura e nosso jornalismo, nos deixou hoje aos 88 anos de idade. Dono de múltiplos talentos, cultivou inúmeros leitores em todo o Brasil com suas crônicas, contos, quadrinhos e romances. Criou personagens inesquecíveis, a exemplo do Analista de Bagé, As Cobras e Ed Mort.

Sua descrição bem-humorada da sociedade ganhou espaço nas livrarias e na TV, com a Comédia da Vida Privada. E, como poucos, soube usar a ironia para denunciar a ditadura e o autoritarismo; e defender a democracia. Eu e Janja deixamos o nosso carinho e solidariedade à viúva Lúcia Veríssimo – e a todos os seus familiares", afirmou Lula em publicação no X (antigo Twitter).

Obras do autor

Autor de mais de 80 livros, Veríssimo criou personagens que marcaram o imaginário nacional, como o detetive Ed Mort, a irreverente figura do Analista de Bagé, as tirinhas de As Cobras e a inocente Velhinha de Taubaté, símbolo de credulidade em tempos de repressão política. Sua obra também inclui coletâneas de crônicas, como O Melhor das Comédias da Vida Privada, que virou série de TV de sucesso.

Entre suas publicações mais conhecidas estão títulos como As Mentiras que os Homens Contam, Sexo na Cabeça, O Popular: Crônicas ou Coisa Parecida, A Grande Mulher Nua, O Clube dos Anjos e Os Espiões. Sua escrita, leve e irônica, consolidou-se como referência de crítica social bem-humorada, sempre próxima ao leitor comum.