'A ousadia dos criminosos não vai ficar por isso mesmo'

Suspeitos de envolvimento no ataque à delegacia de Caxias foram presos neste domingo

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Ataque à 60ª DP, em Campos Elíseos, deixou dois policiais civis feridos, no último sábado

"A ousadia dos criminosos ao atacar uma delegacia de polícia não vai ficar por isso mesmo. Já identificamos todos eles e vamos pegá-los de qualquer jeito. E já vou avisando à turminha dos 'direitos humanos', não encham o meu saco, porque a resposta será dura e na mesma proporção, só que com efetividade e dentro da lei", essas foram as palavras do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, após homens armados de fuzil atacarem uma delegacia da Polícia Civil, na noite deste sábado (15). A ação ocorreu após a prisão, horas antes, de dois suspeitos de integrar o tráfico de drogas em Duque de Caxias (RJ).

A Polícia Civil afirmou que vai pedir a transferência dos dois suspeitos que seriam resgatados para presídios federais.

A 60ª DP, em Campos Elíseos, bairro de Duque de Caxias, teve a fachada perfurada e vidros da porta estilhaçados. Houve troca de tiros com agentes que estavam no distrito e ao menos dois policiais civis ficaram feridos, sem gravidade.

Segundo investigações, o ataque tinha o objetivo de resgatar Rodolfo Manhães Viana, o Rato, 34, considerado o chefe do tráfico na comunidade Vai Quem Quer, em Duque de Caxias, além de seu segurança.

Rodolfo esteve preso entre 2017 e 2024 por tráfico de drogas e porte de armas, mas foi solto.

Ele voltou a ser preso na tarde deste sábado (15), ao lado de Wesley de Souza do Espírito Santo, considerado pela polícia seu braço-direito. Eles foram encontrados com fuzis e levados à 60ª DP.

Horas depois, à noite, moradores da região afirmaram ter visto comboio de carros e motocicleta dirigindo em alta velocidade pelas ruas de Duque de Caxias, indo em direção à delegacia. O trajeto foi registrado em vídeo.

Outro vídeo mostra os homens armados de fuzil atirando contra a DP. Eles desembarcaram do carro e ficaram em pé diante da delegacia.

A polícia afirma que o ataque envolveu "dezenas" de homens armados.

De acordo com a Polícia Civil, houve "intensa troca de tiros" e dois policiais civis ficaram feridos. Eles foram levados ao Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, e já receberam alta médica.

Àquela altura, segundo a polícia, Rodolfo e Wesley já haviam sido transferidos para a DC-Polinter (Divisão de Capturas e Polícia Interestadual), na Cidade da Polícia, no Rio de Janeiro, a 30 km da delegacia atacada.

A Polícia Civil diz acreditar que os ataques foram liderados por Joab da Conceição Silva, considerado uma das lideranças do grupo.

Seis presos

Neste domingo (16), seis suspeitos de terem envolvimento no ataque foram presos durante operação nas comunidades Vai Quem Quer, Rua Sete, Santa Lúcia e Rodrigues Alves, em Duque de Caxias.

Governador em Caxias

Horas antes do ataque, o governador Cláudio Castro (PL) havia visitado em Duque de Caxias o Cisbaf, o consórcio integrado de segurança pública da Baixada Fluminense, onde câmeras de monitoramento são compartilhadas por agentes de segurança dos municípios.

Castro anunciou, durante a visita, que o centro de monitoramento da Baixada Fluminense vai ser integrado ao centro de monitoramento usado pela polícia no Rio de Janeiro, o CICC, "permitindo um monitoramento ainda mais eficiente e ajudando na elucidação de crimes".

A visita contou com a presença do secretário de Segurança Pública, Victor Cesar Santos, e o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo Menezes.

Com informações de Yuri Eiras (Folhapress)