O ex-deputado federal e ex-procurador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol (Novo-PR) anunciou que não vai disputar a eleição para a prefeitura de Curitiba (PR), que acontecem em outubro deste ano. O anúncio foi feito em suas redes sociais na última sexta-feira (3).
Em um vídeo, Deltan afirma que não disputará o cargo depois de “muita oração e muita reflexão”. Ele também explicou ter questões pessoais para desistir da corrida eleitoral e falou que sua “missão” vai além de Curitiba. “Não buscamos um cargo, mas uma transformação. O cargo é apenas um possível meio ou instrumento”, afirmou em nota.
O anúncio foi feito apenas três dias depois de o ex-parlamentar ter se reunido com o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD), que havia convidado Deltan para compor sua chapa. Pedido que foi aceito, agora Deltan disse que viajar o Brasil para apoiar outros candidatos do partido Novo. “Eu sinto que minha missão nesse momento vai além de Curitiba e que eu posso contribuir de forma mais ampla pra renovação política”.
“Agradeço imensamente pelo apoio que recebi como pré-candidato em Curitiba. Ver tantos corações e mentes alinhados com o meu em amar e servir reforçou minha determinação e minha esperança. Quero que saibam que não estou me afastando da luta. Estou escolhendo lutar em uma frente mais ampla e desafiadora e, para isso, eu sigo contando com o apoio de todos vocês”, concluiu Deltan.
Disputa
Deltan aparecia liderando em um dos cenários de pesquisa eleitoral para a candidatura à Prefeitura de Curitiba para as eleições de 2024, com 18,2% das intenções de voto, segundo pesquisa do instituto AtlasIntel.
O ex-procurador e ex-deputado federal lidera, em segundo lugar está o ex-deputado federal Paulo Martins (PL), com 18%, e o atual vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD), com 17,9%. Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, há empate técnico entre os três.
Com a saída de Deltan da pré-candidatura, 11 partidos confirmaram nomes de pré-candidatos à Prefeitura de Curitiba. O Novo, atual partido de Deltan, ainda não tem um nome para substituir o do ex-deputado.
Cassação
Em maio de 2023, Deltan Dallagnol teve seu mandato de deputado cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na Lei da Ficha Limpa. Na ocasião, a Corte Eleitoral, por unanimidade, concluíram que Dallagnol teria pedido exoneração do cargo de procurador da República enquanto ainda estavam pendentes análises de reclamações disciplinares, sindicâncias, pedidos de providências e Processo Administrativo Disciplinar (PAD) abertos contra ele no Ministerio Publico, ou seja, o TSE considerou que Dallagnol fraudou a Lei da Ficha Limpa por pedir exoneração do cargo enquanto ainda respondia a processos internos no Conselho Nacional do MP.
Apesar disso, a decisão da Corte gerou dúvidas sobre a elegibilidade de Deltan para o pleito de 2024. Já que, mesmo cassado no ano passado, o processo não chegou a citar que ele perderia a capacidade de concorrer em outras eleições, uma vez que somente a candidatura foi anulada. Deltan foi o candidato a deputado mais votado do Paraná, com quase 345 mil votos.
