Por: João Gouveia*

O vandalismo e as consequências dos atos criminosos contra os ônibus do Rio

Rio Ônibus divulga imagens de ônibus totalmente queimando em ato de vandalismo. | Foto: Divulgaçao / Rio Ônibus

É com grande preocupação que observamos a intensificação dos atos de vandalismo contra o setor de transporte por ônibus da cidade do Rio de Janeiro. Em pleno 1º de maio, o principal meio de transporte do trabalhador carioca sofreu a depredação de cerca de 30 veículos. O episódio lamentável na saída das praias retirou 20 ônibus de circulação, além de causar um prejuízo de aproximadamente R$ 200 mil. Os números são alarmantes: somente nos últimos 12 meses, cerca de 2,8 mil ônibus foram vandalizados e 29 incendiados, um deles nesta semana.

Na prática, o prejuízo atribuído aos consórcios ultrapassa a marca de R$46 milhões, quantia que poderia ter sido investida na compra de 55 veículos zero quilômetro para atender os usuários. O cenário se torna ainda mais crítico quando constatamos que os danos causados ao sistema não se limitam ao rombo financeiro. Durante o mesmo período, 145 ônibus foram interceptados para serem utilizados como barricadas criminosas em comunidades. Casos praticamente diários, que afetam diretamente a mobilidade urbana carioca, o deslocamento de milhares de passageiros e a saúde mental dos motoristas que estão sujeitos a tais situações.

É nosso dever engajar e conscientizar a população carioca de que o maior infortúnio é do usuário. A campanha "Quem é cria não vacila", então, chega aos terminais e ônibus da cidade para corroborar com a nossa intenção de atuar diretamente por um transporte público mais eficaz e seguro. Afinal, a livre locomoção é direito constitucional previsto no Art. 5º, XV.

Às autoridades de segurança pública do Estado, fica a incumbência de propor políticas públicas efetivas, que não fiquem apenas no papel ou no plenário, mas que estejam nas ruas, possibilitando a todos o exercício pleno de sua cidadania. Essa luta é de todos e unir os esforços entre prestadores de serviço, autoridades competentes e população é o primeiro passo para um futuro mais proveitoso. Na segunda capital com maior número de habitantes do país, não há mais espaço para crimes anunciados. É tempo de dar um basta.

*Presidente do Rio Ônibus