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Moody's: nota do país pode cair de novo

Poucas horas após alterar, de estável para positiva, a nota de crédito do país, a própria agência de classificação de risco Moody's divulgou novo comunicado, em que admite a possibilidade de rever tal decisão, caso não haja melhora fiscal.

A reviravolta inédita foi expressa, nessa quarta-feira (1º), pela vice-presidente de risco soberano da empresa, Samar Maziad, ao observar um 'quadro desafiador' para o equilíbrio das contas públicas tupiniquins, pois há "necessidade de ajuste pelo lado do gasto e incerteza quanto à retomada do grau de investimento".

A princípio, a percepção favorável da Moody's se baseou na trajetória de crescimento econômico, ante o período pré-pandêmico, assim pela expectativa criada em torno da evolução das contas públicas, por conta do arcabouço fiscal e da perspectiva de estabilização da dívida pública brasileira.

"Se isso não acontecer, teremos de reavaliar a direção, certo?", adiantou Samar, ao destacar que, mais do que a fixação de metas fiscais 'ambiciosas', o que importa é a 'direção', o compromisso com o arcabouço fiscal, o qual ainda não foi 'capaz de convencer o mercado'.

A respeito das chances de o país recuperar o 'grau de investimento', a vice-presidente da Moody's assinala que "essa questão ainda terá de ser respondida, mas ainda levará algum tempo antes que possamos falar sobre outro movimento positivo".

Atualmente, o Brasil está dois degraus abaixo do grau de investimento pela Moody's.

Ainda sobre a subida do rating do país pela agência, a executiva acentuou, "que nossa decisão não é motivada pelo ciclo de notícias, mas pelo reforço no perfil de crédito". (M.S.)