Por:

Déficit corrente do país tem 'tombo' de US$ 4,6 bilhões

Contas externas apresentam deterioração no período de um ano | Foto: Divulgação

Por Marcello Sigwalt

Uma completa reversão de desempenho. Assim pode ser descrita a mudança de polaridade no desempenho das transações correntes do balanço de pagamentos, que passaram de um superávit fraco de US$ 698 milhões, em março do ano passado, para um déficit cavalar de US$ 4,6 bilhões, em igual mês de 2024, o que correspondeu a um recuo de US$ 4,2 bilhões. Nesse mesmo período, os déficits nas contas de serviços e de renda primária cresceram US$ 660 milhões e US$ 378 milhões, respectivamente, aponta a Estatística do Setor Externo, divulgada, nessa quinta-feira (2), pelo Banco Central (BC).

Se considerados os 12 meses concluídos em março deste ano, o déficit em transações correntes totalizou US$ 32,6 bilhões (1,46% do PIB), acima, portanto, dos US$ 27,3 bilhões (1,23% do PIB) registrados no mês anterior, mas abaixo de US$ 49,3 bilhões (2,46% do PIB), verificado em março de 2023.

Retração forte também apresentou a balança comercial, cujo superávit encolheu de US$ 9,3 bilhões, em março de 2023, para não mais de US$ 1 bilhão. Igualmente aquém, no mesmo comparativo anual ficou a balança comercial de bens, que baixou de US$ 9,3 bilhões para US$ 5,1 bilhões, em que as exportações recuaram 14% (US$ 28,5 bilhões) e as importações retraíram 1,9% (US$ 23,4 bilhões).

Na conta de serviços, o déficit em março último somou US$ 3,7 bilhões, pouco acima dos US$ 3,1 bilhões apurados em igual mês do ano passado. Nesse mesmo comparativo anual, as despesas líquidas de serviços de telecomunicação, computação e informação totalizaram US$ 773 milhões, ante os US$488 milhões anteriores.

Já os investimentos diretos no país (IDP) cresceram, de US$ 7,3 bilhões, em março de 2023, para US$ 9,6 bilhões, em março último. Em participação no capital, houve entrada líquida de US$ 5,5 bilhões, em operações intercompanhia.