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Moody's melhora nota de crédito do país

Melhoria de nota de crédito do país é a 1ª desde 2018 | Foto: Divulgação

Stéfanie Rigamonti (Folhapress)

A agência de classificação de risco Moody's Ratings elevou a perspectiva do Brasil de "estável" para "positiva" nesta quarta-feira (1º), mas manteve as notas de crédito dos títulos de dívida do governo do Brasil, que estão em "Ba2" desde 2016.

Essa é a primeira mudança de classificação da agência para o Brasil desde 2018, quando ela elevou a perspectiva do país de "negativa" para "estável".

Em relatório, a agência diz avaliar que as possibilidades para o crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil são mais robustas do que antes da pandemia de Covid-19, citando as reformas estruturais que foram colocadas em prática de lá para cá nos últimos governos, o que reduz as incertezas em relação à direção futura das políticas públicas do país.

"A mudança de perspectiva para positiva tem como base a avaliação da Moody's de que um crescimento mais forte combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir que o peso da dívida do Brasil se estabilize", diz o relatório.

A agência, porém, ainda enxerga riscos fiscais, que colocam em dúvida a continuidade da organização das contas públicas pelo governo. Segundo a Moody's, esse fator levou sua equipe a manter inalterada a nota de classificação de risco para o crédito soberano do país.

"A afirmação do rating Ba2 está baseada na força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil, dado o nível elevado de endividamento do país e sua fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros", justifica.

A agência ponderou, por outro lado, que a resiliência do Brasil ao contrair dívida em moeda local e o mercado financeiro robusto brasileiro mitigam os riscos do país.

A Moody's cita ainda como pontos positivos a economia grande e diversificada do Brasil, as instituições e a governança "moderadamente fortes", além da posição externa sólida do país.

Com a nota de crédito reafirmada, o Brasil ainda está dois degraus abaixo do chamado grau de investimento.