Por: Rodrigo Fonseca | Especial para o Correio da Manhã

Falta pouco para 'A Baleia' ancorar

Longa oscarizado, 'A Baleia' repaginou a carreira de Brendam Fraser | Foto: Divulgação

Falta pouco para "A Baleia" ancorar na TV aberta. Há quem diga que, em poucos meses, o filme que repaginou a carreira de Brendan Fraser vai parar na grade da Globo. Mas, enquanto não chega por lá, o filme se aboleta na streaminguesfera, angariando fãs na Amazon Prime. Lá, o drama de Charlie (Fraser, ganhador do Oscar de 2023 por seu estonteante desempenho) dá nó nas entranhas de assinantes.

Farol dentro da ilha em que um dedicado professor de Produção Textual, Charlie, transformou seu corpo, beirando 200 quilos e isolando-se do mundo, o escritor Herman Melville (1819-1891) cunhou a frase ideai pra quem ensina o verbo "perseverar": "É melhor falhar na originalidade do que ter sucesso na imitação". É o que Charlie diz a estudantes via Zoom, sem ligar a câmera de seu computador, alegando fala no hardware. A fala vem da incapacidade que ele tem em se aceitar. Ao aceitar a dor que o levou à condição retratada no inquietante "A Baleia" ("The Whale"), seu protagonista se imola diante da câmera. O que dói em Charlie não são os quilos da obesidade mórbida que estão conduzindo-o para a morte, conforme a amiga e enfermeira Liz (Hong Chau, numa afetuosa composição) alerta. O que lhe dói é a incapacidade (aparente) de fazer com que a filha com quem ele pouco tinha contato, Ellie (Sadie Sink), possa se aceitar no turbilhão hormonal de sua adolescência. O longa é uma adaptação da peça homônima de Samuel D. Hunter, esculpida pelo cineasta Darren Aronofsky, o diretor de "Cisne Negro" (2010). (R. F.)

 

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