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A frenética Dhu Moraes solta a voz

Dhu Moraes escolheu um repertório composto de sambas famosos, canções românticas e os hits d'As Frenéticas | Foto: Fernando Torquatto/Divulgação

Atriz e cantora, Dhu Moraes fez fama musical (muita fama) na virada das décadas 1970 e 1980 com o grupo As Fréneticas, que tomou as paradas brasileiras de assalto nos tempos da discoteca. Agora, pela primeira vez em 44 anos de carreira, ela protagoniza um show solo e inédito, com roteiro e direção voltados para as músicas que fizeram parte da história e carreira.

Contemplado pelo edital Foca, da Prefeitura do Rio, o espetpáculko "O Canto da Dhu" terá duas apresentações nesta segunda e terça-feiras (29 e 30), às 20h, no Teatro dos Quatro, no Shopping da Gávea. Não por coincidência, este espaço abrigou o "Frenetic Dancing Days Discotheque", casa de shows com pista dançante fundada em 1976 pelo jornalista e produtor musical Nelson Motta, lar d'As Frenéticas.

Aos 16 anos, Dhu integrou o grupo de meninas As Escarlates. Um pouco depois despontou no grupo vocal As Sublimes, tendo participado da primeira montagem do musical "Hair" no Brasil. Com As Frenéticas, tornou-se ainda mais conhecida do grande público.

Afastada da cena musical, Dhu atuou em diversos programas televisivos como a minissérie "Tenda dos Milagres" (1985), na segunda versão do "Sítio do Picapau Amarelo" (2001), a série "Nada Suspeitos" (2022) e atualmente integra o elenco de "Encantados", já em sua segunda temporada. Na música, seu mais recente trabalho é o DVD "Duas Feras Perigosas" (2019), gravado ao vivo com Sandra Pêra, também ex-frenética.

"'O Canto da Dhu' representa o espaço, o lugar, o momento, a intimidade e ao mesmo tempo, a voz, o som, a música da cantora. Ao longo dos últimos anos vimos brotar homenagens a grandes nomes da música negra mundial feminina, em diversos shows e musicais de teatro: Elza, Alcione, Dona Ivone Lara, Elizeth a Divina, Billie Holiday, Tina Turner, Donna Summers. As vozes negras femininas estão em alta e valorizadas", reconhece a artista. , ciente de que cada um desses projetos com protagonismo preto levanta o debate sobre temas como diversidade, racismo, inclusão e afrofuturismo.

Com roteiro de Cecília Rangel e direção de Johayne Hildefonso, coreógrafo do "Nós do Morro" e diretor do "AfroReggae", o espetáculo reúne 23 canções e é dividido em três partes. Na primeira, "Sambas e Ancestralidade", Dhu interpreta "O Morro Não tem Vez", "Zé do Caroço", "Opinião", "Barracão" e "O Canto das Três Raças".

Na segunda parte, "Romântico e Popular", estão "Romântico", "Onde Deus Possa me Ouvir", "Catavento" e lembranças de espetáculos musicais que a atriz e cantora participou no teatro.

A terceira parte, "Tempos Dançantes", relembra grandes sucessos da época disco das Frenéticas, prometendo levar o público de volta ao saudos Dancing Days, no mesmo espaço, mas agora no século XXI.

Wladirmir Pinheiro assina a direção musical, os arranjos e é o pianista do show. Ao seu lado, estão o baixista Kauê Husani e o baterista Michel Nascimento. Completando a banda, com formação ao estilo jazz, Dirce Moraes e André Lemos são os backing vocals.

SERVIÇO

O CANTO DE DHU MORAES

Teatro dos Quatro (Shopping da Gávea - R. Marquês de São Vicente, 52 - 2° piso)

29 e 30/4, às 20h

Ingressos: R$ 100 e R$ 50 (meia)